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Loba-guará morre no zoológico de Goiânia

4 de março de 2010
2 min. de leitura
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O Parque Zoológico de Goiânia perdeu seu último lobo-guará: uma fêmea de quatro anos que há quatro meses sofria, provavelmente, com um tumor hepático. Há 15 dias o estado do animal – um dos símbolos do Cerrado – se agravou e ele morreu. Chamada de Uva pelos funcionários, a loba estava sozinha no zoológico desde 2007, quando uma outra fêmea foi transferida para Belo Horizonte.

O que chamou a atenção dos funcionários do zôo é que a doença atinge os lobos mais velhos, e Uva era relativamente nova. O problema hepático levou a outros que culminaram em uma pneumonia e problemas cardíacos. Há uma semana a loba não se alimentava.

Veterinários coletaram material para encaminhar à Universidade Federal de Goiás (UFG), onde será feito o laudo oficial de necropsia. Uva é o oitavo animal a morrer neste ano no parque, interditado desde julho de 2008 após o Ibama de Goías e a Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (Dema) constatarem o elevado número de óbitos de animais ocorridos no parque e começarem a apurar.

A expectativa é que o zoológico só seja reaberto no segundo semestre deste ano. Em setembro do ano passado foi assinado um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) entre a direção do parque, o Ibama e o Ministério Público Federal (MPF) para a realização de adaptações estruturais que garantam o ínfimo bem-estar do plantel.

Cerca de 90 animais morreram no estabelecimento em 2009. Laudos feitos pelo MPE e pela Dema constataram a precariedade da estrutura do zoológico, em parte por falta de investimentos do poder público no local. Desde sua criação, nos anos 50, o parque nunca passou por uma reforma.

Fonte: Terra

Nota da Redação: Nem a melhor das reformas e o máximo de adaptações estruturais adequadas podem transformar um zoológico em um local de bem-estar para os animais. Mesmo os que são resgatados e não tem condições de voltar ao habitat sofrem de intenso stress por viverem aprisionados e expostos, como objetos, à visitação pública, longe de seu habitat. Animais vítimas da ação humana que não podem voltar à vida selvagem, devem, no mínimo, viver em um santuário espaçoso e tranquilo, longe da assustadora e barulhenta presença de pessoas que ainda os consideram atrações de final de semana. O caso do Zoológico de Goiânia é uma demonstração ainda maior de descaso. No local, já morreram mais de 90 animais.

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