Por Lobo Pasolini (da Redação)
O mundo testemunhou pela mídia mais uma atrocidade cometida dentro de um zoológico. Segundo relatos, “um tigre branco raro atacou e matou um tratador de um zoológico da Nova Zelândia. O ataque ocorreu quando dois tratadores entraram na jaula do tigre para limpá-la no Zion Wildlife Gardens na cidade de Whangarei, a cerca de 200 quilômetros de Auckland.”
Um outro incidente com um tigre branco neste mesmo local no início deste ano levou um tratador a uma cirurgia no joelho. O local abriga leões e tigres raros, uma coleção de luxo de animais exóticos para o divertimento dos humanos que insistem em manter animais fora de seu habitat natural.
Os relatos dizem que o tigre foi ‘destruído’, um eufemismo para matar, que de certa forma justifica o crime e transforma o animal de vítima para monstro.
Infelizmente, o tigre foi ‘destruído’ no momento em que ele foi forçadamente retirado de sua mãe, ao ser trancado naquela jaula e quando experienciou as outras coisas horríveis que foram feitas com ele antes desse último ato instintivo contra o tratador.
A violência cometida contra esse tigre, inclusive essa final que resultou em sua morte, foram todas deliberadas; já o ato do tigre contra seu tratador foi instintivo. A primeira é sancionada pela sociedade, a segunda punida com a pena de morte.
O tigre não foi destruído no momento em que sua vida foi tirada. Ele foi assassinado por uma sociedade cujos valores estão de cabeça para baixo.
Para aqueles que defendem zoológicos por causa de seus supostos trabalhos de conservação de espécies, fica a reflexão: preservar espécies é preservar seu habitat natural. Se uma espécie chega a um quadro tão trágico de ameaça de extinção que a única forma de ‘preservá-la’ é manter alguns de seus representantes encarcerados, talvez seja melhor reconhecer um caso perdido. O animal encarcerado provavelmente não se importa se ele é o último de uma espécie ou não. Ele se importa com sua liberdade. E é por ela que os direitos animais, como movimento, trabalham.