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APRISIONADA

Morre Kshamenk, última orca mantida em cativeiro na Argentina

15 de dezembro de 2025
Suzana Camargo
2 min. de leitura
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Foto: Mundo Marino

O aquário argentino Mundo Marino, situado em Buenos Aires, anunciou no domingo (14/12) a morte da orca Kshamenk. “É com imensa tristeza que anunciamos o falecimento de Kshamenk hoje, cercado por seus cuidadores e pela equipe veterinária. Sua morte foi causada por uma parada cardiorrespiratória. As circunstâncias e a causa estão sendo investigadas. Tudo indica que esteve relacionada à sua idade avançada, da qual ela não conseguiu se recuperar apesar dos esforços e cuidados constantes da equipe profissional dedicada ao seu bem-estar.”

Kshamenk, um macho, tinha 33 anos. Segundo o aquário, o maior da Argentina, quando era ainda um filhote, ele teria sido encontrado por pescadores, na região de San Clemente, ao lado de outras três orcas. Quando retornaram ao local com ajuda, as demais teriam ido embora e ele ficado sozinho. Ainda de acordo com o Mundo Marino, ocorreram tentativas de fazê-lo voltar ao mar, mas sem sucesso, e após consultas com especialistas e autoridades governamentais, foi decidido levá-lo para cativeiro.

Em seu site, a instituição tem um vasto histórico, com fotos, vídeos e documentos, em que mostra momentos do resgate, os cuidados com Kshamenk e o parecer de especialistas.

A razão pela qual o Mundo Marino fornece essas provas é por ser alvo de críticas de organizações de proteção animal. Muitas duvidam de que Kshamenk tenha sido realmente “resgatado”. Além disso, ele participava de shows de entretenimento, que o parque marinho chamava de “educativos”. O The Whale Sanctuary Project, também afirma que houve a retirada de sêmen do macho, enviado para inseminação artificial em orcas de cativeiro, nos Estados Unidos.

Os últimos 25 anos em completa solidão

Nos primeiros oito anos de Kshamenk no Mundo Marino, ele teve a companhia da orca Belen, que teria sido resgatada em circunstâncias similares a dele, encalhada em uma praia. A fêmea teve um filhote em 1998, que nasceu sem vida. No ano seguinte ela engravidou novamente, mas morreu, antes do parto, no ano 2000.

Desde então, pelos últimos 25 anos, Kshamenk viveu na mais completa solidão. “As orcas são animais inteligentes, sociáveis ​​e que percorrem grandes distâncias, nadando naturalmente por vastas áreas com seus grupos familiares — mas Kshamenk está confinado desde 1992 e sem a companhia de outra orca desde 2000, circulando incessantemente sob o sol escaldante”, acusava a organização PETA.

Durante anos, a PETA lutou para que Kshamenk, a última orca mantida em cativeiro na Argentina, fosse levado para um santuário de vida selvagem. Contudo, segundo o Mundo Marino, não havia nenhum local para que ele fosse transferido e seria ainda uma operação muito delicada, que colocaria sua vida em risco.

Abaixo o vídeo divulgado pela PETA, em dezembro de 2020, mostrando o tanque onde Kshamenk vivia:


Fonte: Conexão Planeta

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