A investigação da morte de um habitante de Proença-a-Velha, em Portugal, esbarra num pacto de silêncio da população. Jaime Pires do Ó, de 68 anos, conhecido por violentar os animais domésticos dos vizinhos, era pouco querido, mas a sua morte, no passado domingo, surpreendeu a todos.
Proença-a-Velha é “um meio muito pequeno” e as poucas pessoas ali residentes parecem ter firmado “uma espécie de pacto de silêncio” que está dificultando o trabalho da Polícia Judiciária, na investigação do assassinato, domingo de madrugada, de Jaime Pires do Ó, de 68 anos. O quadro é pintado por um responsável da Diretoria do Centro da Polícia Judiciária, que acrescenta um outro motivo de peso para o silêncio da população: “Ninguém gostava da vítima”, acrescenta, confirmando que Jaime do Ó era conhecido por maltratar e abusar sexualmente, reiteradamente, os animais domésticos dos vizinhos.
Galinhas, cabras e uma burra teriam sido alguns dos animais com que Jaime do Ó teria mantido relações sexuais, segundo contou uma vizinha dele ao JN. A população manifestava-lhe desagrado, mas ele “não ligava pra ninguém”, recordou Amália Maria, de Proença-a-velha, concelho de Idanha-a-Nova. Acrescentou que, embora Jaime do Ó tivesse muito má fama na terra, nunca ninguém o agrediu. Por isso, foi com “surpresa” que recebeu a notícia do homicídio, afirmou.
Jaime Pires do Ó foi encontrado morto junto da casa velha e degradada onde morava, numa rua com pouca iluminação artificial. Segundo a Polícia Judiciária, a morte foi provocada por uma facada no peito, ao que tudo indica na noite de sábado para domingo. Até ao início da noite de ontem (20), não tinha sido detido nenhum suspeito do crime, informou fonte oficial da PJ, mostrando-se, ainda assim, otimista quanto aos próximos dias.
Segundo as informações recolhidas pelo JN, a vítima vivia em condições de extrema miséria e a sua família, na zona de Proença, resumia-se a uma prima. Mas Jaime do Ó chegou a casar com uma mulher da terra, com quem viveu em Lisboa. Depois de se separar dela, regressou a Proença e foi condenado por violentar uma idosa das redondezas. Quando saiu da prisão, sucederam-se os casos de abuso sexual de animais, que, em alguns casos, ele nem sequer enterrava, depois de mortos.
Fonte: Jornal de Notícias