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Morre cadelinha que teve pele arrancada em possível sessão de tortura

12 de junho de 2015
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(Foto: Alcides Neto)
(Foto: Alcides Neto)

Morreu na noite do dia 10 a cadelinha Vitória, que teve parte da pele das costas e da falange arrancadas com faca em uma possível sessão de tortura, feita por duas pessoas em Campo Grande. Após o crime, o animal chegou a ser atropelado por um carro do Correios e passava por tratamento na Clínica Veterinária Petit Bichon.
A cachorra estava recebendo alimentação na veia e antibiótico de 12 em 12 horas, além de remédio para aliviar a dor de 6 em 6 horas. Vitória também recebia visitas de pessoas comovidas com a história da cadelinha.
O caso aconteceu no bairro Coophavila e a cadelinha, que é uma mistura de Pinscher com SRD, de apenas três meses, foi batizada de Vitória Guerreira, depois de superar tanta violência. Ela chegou na clínica no sábado, 30, e gritava muito com dor. O cachorro chegou no local sem a pele nas costas, mas não estava sangrando. Por dentro a pele estava gelada. Os veterinários acreditam que foram horas de maus-tratos.
A polícia ouviu duas pessoas acusadas pelo crime. Moradores contaram que os jovens teriam o costume de praticar maus-tratos contra animais no bairro. O caso será levado ao Ministério Público.
Testemunhas afirmaram à polícia terem visto o animal sendo atropelado por um veículo da empresa Correios no sábado, 30, pela manhã. O acidente teria ocorrido na rua Marambai, no bairro Cophavilla II. O Delegado Titular da Delegacia de Crimes Ambientais (Decat), Wilton Villas Boas, confirmou o fato por meio da suposta tutora do animal, Fernanda Ribeiro dos Santos, 37 anos, que admitiu que tinha a guarda da cadela. Ela relata que encontrou a cachorrinha na rua no sábado e, no mesmo dia, em um descuido, deixou o portão aberto e o animal fugiu sendo atropelado por um carro dos Correios.
A assessoria informa ainda que “caso se confirme a participação de um funcionário dos Correios , será aberta uma sindicância interna”. Logo após o atropelamento, segundo a Polícia Civil, Fernanda contou que levou a cadelinha para uma clínica veterinária e desistiu de deixar o animal no local porque não tinha dinheiro para pagar as despesas do tratamento. “Ela acabou abandonando a Vitória em um terreno que fica no final da rua e testemunhas viram que dois jovens pegaram o animal”, afirma Wilton Villas Boas.
Por enquanto, a polícia identificou dois suspeitos de terem maltratado Vitória. Um deles seria maior de idade e genro da Fernanda. A outra pessoa seria um adolescente. O delegado não descarta o envolvimento de outras pessoas. De acordo com Vilas Boas, a dinâmica do caso já teria sido esclarecida.
Ele descartou a possibilidade do ferimento ter sido causado pelo atropelamento e trabalha agora para desvendar as razões que levaram os acusados de terem torturado o animal. “Conversei com Jucimara Pereira, dona da Clinica onde Vitória está internada, e ela me explicou que o corte não teria sido efetuado diante de atropelamento mas sim por algo cortante”, comenta.
Em depoimento à polícia, o adulto suspeito de maltratar Vitória negou a participação. Ele não teve o nome divulgado por questão de segurança devido à grande repercussão do caso. Se confirmado os fatos, Fernanda e o genro podem ser indiciados por omissão de socorro e lesão dolorosa, crime que em caso de condenação prevê pena de 3 meses a 1 ano de detenção.
O adolescente cumpriria uma medida socioeducativa já que a Constituição Brasileira não estipula pena para crimes desse tipo quando envolvem menores.
Fonte: Diário Digital

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