A segunda cria de lince-ibérico (Lynx pardinus) que nasceu em 4 de abril no Centro Nacional de Reprodução do Lince Ibérico de Silves, morreu no domingo passado (17). No momento estão em curso exames para apurar a causa da morte. A primeira cria nascida em cativeiro em Portugal, uma fêmea, morreu em 11 de abril.
“Ambas [as crias] terão morrido de forma aguda, num curto espaço de tempo. Não se registram lesões que indiciem maus tratos ou abandono por parte da mãe”, explicou o diretor do Centro. No ano passado “40% das crias que nasceram morreram até aos dois meses de idade”, salientou Rodrigo Serra.
Rodrigo Serra acrescentou que a progenitora, Azahar, reagiu “sem agitação” e tem o seu comportamento normalizado. “Azahar está bem, tendo dedicado estes últimos dias à recuperação do seu peso, comendo bem, e socializando com o Drago [o macho com quem forma par]”, adiantou. Azahar foi o primeiro lince a chegar à Silves em 26 de outubro do ano passado, vindo do Zoobotânico de Jerez de la Frontera.
O lince-ibérico é uma espécie ameaçada de extinção e a espécie de felino mais ameaçada do mundo. A reprodução em cativeiro é uma solução de fim de linha. Estima-se que existam hoje menos de 150 linces-ibéricos. Em meados do século XIX, seriam cem mil, espalhados por toda a Península Ibérica. A espécie vive em Portugal numa situação de “pré-extinção”.
Agora, o Plano de Ação para a Conservação do Lince-Ibérico em Portugal, de 2008, aponta como áreas prioritárias de intervenção Moura-Barrancos, Malcata, Nisa, São Mamede, Guadiana, Caldeirão, Monchique e Barrocal.
Para ajudar à recuperação da espécie, o Centro Nacional de Reprodução em Cativeiro para o Lince-Ibérico (CNRLI) – começado a construir em Junho de 2008 e concluído em Maio de 2009 – abriga 16 animais cedidos pelo Governo espanhol no âmbito de um protocolo assinado em Julho do ano passado. Os linces chegaram entre 26 de outubro e 1 de dezembro.
Fonte: Público