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CENÁRIO APOCALÍPTICO

Moradores se unem para alimentar animais silvestres e plantar árvores em meio a incêndios na região de Ribeirão Preto (SP)

9 de setembro de 2024
3 min. de leitura
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Foto: Reprodução/EPTV

Os incêndios que atingiram o interior de São Paulo deixaram um cenário de destruição em diversas cidades. Em Bonfim Paulista, distrito de Ribeirão Preto (SP), e em Sertãozinho (SP), os moradores se uniram em uma corrente do bem para amenizar o impacto das queimadas para os animais e a natureza.

A Maria José Nunes é proprietária de um bar que fica em uma área de mata em Bonfim Paulista e notou que os animais ficaram sem comida após os incêndios. Ela conta que normalmente eles comem frutas, ou até chupam a cana-de-açucar, mas não sobrou quase nada depois do fogo.

“Está tudo queimado, eles não conseguem comer porque está tudo estragada. Eles estavam desesperados por comida. A gente tratava dos cachorros e os macacos ficam em cima, jogando pau, eles ficavam pegando a comida dos porcos, eles estavam realmente desesperados”, diz.

Ao presenciar a situação, Maria José teve a ideia de pedir para os amigos e clientes doações de frutas. Ela postou nas redes sociais e logo a solidariedade tomou conta. A surpresa foi a quantidade de pessoas que apareceram dispostas a ajudar.

Com isso, ela começou a levar as frutas para outras matas próximas, que também foram atingidas pelo fogo. A ideia é alimentar o máximo de animais que ela conseguir.

“Eu não imaginei que ia tomar essa proporção. Chegaram ciclistas de Barrinha [cidade próxima à Ribeirão Preto], cada um com uma sacolinha, vieram pedalando, mas cada um com uma sacola de fruta. Hoje tem um banquete para eles comerem. Vamos levar nas outras matas agora, porque também tem animais passando fome por lá, corta o coração de ver”, cita.

Recuperação da natureza

Em Sertãozinho, a solidariedade também chegou. Os amigos Valdecir Pissaldo e Naldo Reis uniram forças para alimentar os animais e plantar árvores na Reserva Ecológica do Instituto de Zootecnia da cidade.

Ao todo, eles plantaram 200 árvores, a maioria frutífera para ajudar na alimentação dos animais que vivem ali. O trabalho é árduo e pode parecer pequeno no meio à tanta destruição, mas a sensação é de dever cumprido para Naldo.

“A fruta é essencial porque tem macaco, tem passarinho, tem vários animais que tem necessidade de comer. É um alívio, um orgulho grande, é um grãozinho pequeno que conta e ajuda os animais para eles se alimentarem bem, isso é tudo, é muito importante”, destaca.

O comerciante Pissaldo conta que ele e o amigo plantam árvores todos os dias. Eles recebem a doação de 50 mudas diariamente e juntos realizam o plantio consciente, com os cuidados necessários para que os resultados sejam positivos para a natureza e os animais.

Para ele, o mais importante agora é que os moradores se unam com o setor público para trabalhar na recuperação das áreas queimadas. É preciso paciência para colher os resultados que ainda vão demorar para aparecer, afirma Pissaldo.

“O mês de agosto foi de destruição total na nossa região, acabou com a nossa flora, destruiu as matas, matou muitos animais e os que estão na fauna estão sem alimento. É fundamental a união, é um trabalho árduo, então a gente precisa de todo mundo agora.”

Fonte: G1

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