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DADOS ASSUSTAM

Moradores e organizações relatam aumento de casos de maus-tratos a animais no Sul de Minas

14 de dezembro de 2024
2 min. de leitura
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Foto: Reprodução/EPTV

Os casos de maus-tratos a animais aumentaram em todo o Sul de Minas. Após relatos de moradores e instituições de resgate, especialistas alertam para as consequências legais do crime e orientam ações para evitar o problema.

Em Lavras (MG), foram registrados 159 ocorrências de maus-tratos somente neste ano. O número de casos aumentou mais de 360% em relação ao ano passado. Só esse ano, Poços de Caldas (MG) já registrou mais de 300 casos de maus-tratos.

A cachorra Negona foi esfaqueada e precisou fazer uma cirurgia neste mês em Poços de Caldas. Foi o grupo de protetores Sem Raça Definida que conseguiu os procedimentos médicos necessários para a cadela. O caso de maus-tratos é investigado pela Polícia Civil.

“Levamos a cachorrinha para o veterinário que constatou que era uma perfuração por um objeto cortante, né, faca ou machado, que foi uma perfuração de mais ou menos 10 centímetros. E por muito pouco, a gente não perde ela pela situação”, contou a integrante do grupo Sem Raça Definida, Andréa de Souza.

Na clínica onde a cachorra foi tratada, outros animais vítimas de maus-tratos foram resgatados. A empresária da clínica contou que a situação é recorrente.

“Todos os dias a gente tem casos de maus-tratos aqui na clínica e a gente está sempre procurando ajudar. Por isso que eu tenho a parceria com o pessoal das ONGs, pra gente conseguir de fato ajudar esses animais porque eles não têm culpa”, afirma Jéssika Vieira.

Implicações legais

O veterinário Rogério Blasi destaca que o crime de maus-tratos vai além das agressões físicas. Não oferecer os cuidados necessários aos animais também pode acarretar em punições para os tutores.

“Espaços insuficientes, alimentação inadequada, animais fechados em casa sem ter o devido exercício físico”, explica.

O crime de maus-tratos a animais pode ser punido com dois a cinco anos de reclusão, multa e proibição da guarda. Em caso de morte do animal, a pena pode ser aumentada em até um terço.

“O advento da lei de sanção aumentou de dois a cinco anos de reclusão a pena para quem maltratar animais domésticos, em específico cães e gatos”, explica o presidente da Comissão de Proteção e Defesa dos Animais da OAB de Poços de Caldas, Lúcio Corrêa Cassila.

A psicóloga Yasmine Leal Graize explica que a violência pode estar ligada a fatores psicológicos, emocionais, culturais, sociais e até mesmo religiosos. Ela reforça que conscientização é imprescindível para que a população aprenda a não banalizarem a violência contra os animais.

“A primeira coisa é a educação nos primeiros anos de vida. A criança que já é educada, entendendo o valor dos animais como seres vivos, não só como objetos, não como uma propriedade, já ensina eles a respeitarem os animais”.

No caso de pessoas com tendências violentas, como em alguns transtornos mentais Yasmine indica a terapia psicológica.

Fonte: G1

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