Moradores de Saltinho reclamam dos constantes maus-tratos aos animais. A doméstica Leandra Marchi cuida de um cão que foi esfaqueado perto do olho e de dez gatos, a maioria com parte do corpo queimado. A prefeitura não conta com Canil e por isso alguns moradores vêm atuando de maneira independente. A diretora da ONG Vira Lata Vira Vida, Leila Choairy, orienta os tutores ou voluntários a registrarem Boletim de Ocorrência na delegacia para que os agressores sejam responsabilizados.
“Também tenho em casa um pit bull que resgatei das ruas. O tutor não tinha consciência da guarda responsável e o deixava solto. As pessoas que passavam por ele jogavam pedras e pedaços de madeira. Sem contar um cão preto que encontrei amarrado com uma coleira em uma caçamba perto do aterro sem água e sem comida”, comentou Leandra.
Ela disse ainda que tem tentado apoio da prefeitura, mas a resposta que teve é que a cidade ainda é muito pequena e não comporta um Canil. “Isso não é verdade. Somente na minha casa tem 13 cães, além dos gatos. Estou bem acima de meu limite. Não dispomos de nenhum tipo de ajuda da prefeitura. Tenho tentado fazer o melhor possível por meio de algumas doações e parcerias com comerciantes.”
Segundo Leandra, outra voluntária também abriga dez cães. Outros animais ainda ficam na praça da cidade e são tratados por outros voluntários. Por enquanto, são apenas quatro cuidadoras de animais, como são chamadas, em toda a cidade.
Violência
“Quanto mais violentos são os seres humanos maior é o reflexo nos animais. Muitos agressores que covardemente batem em cães e gatos repetem a mesma ação em casa”, comentou a diretora da ONG, que não tem condições de atender as cidades vizinhas. Em Piracicaba, o abrigo conta em média com 380 cães.
Segundo ela, a melhor maneira de combater a agressão depois de registrar BO é ajudar a polícia na identificação dos agressores. “Quando possível, anotar a placa do carro, cujo motorista abandonou o animal. Perceber se as casas vizinhas têm sistema de câmeras pode ajudar na identificação. Muitos casos nem chegam ao conhecimento da polícia porque as pessoas não denunciam. Precisamos mudar isso”, enfatizou Leila.
Fonte: Jornal de Piracicaba