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EXPLORAÇÃO

Moradores denunciam maus-tratos sofrido por cavalos na Praça Xavier de Brito (RJ)

Segundo relatos, animais ficam horas expostos ao calor e são usados mesmo quando se mostram visivelmente incomodados

21 de março de 2025
Priscilla Litwak
3 min. de leitura
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Foto: Divulgação

Moradores do entorno da Praça Xavier de Brito, na Tijuca, Rio de Janeiro, têm manifestado preocupação com o bem-estar dos cavalos usados para passeios de crianças e adultos no local. Relatos apontam que os animais percorrem longas distâncias, vindos de bairros como Grajaú e Jacarepaguá, e permanecem em pé durante todo o dia, mesmo sob calor intenso.

— Num dia de calor infernal, um deles relinchava muito de dor. Um homem colocou uma criança no cavalo inquieto, depois montou e saiu pela praça. Era um cavalo pequeno e magro, e o homem era grande. Tive medo de filmar. Algo precisa ser feito. A prefeitura está omissa — diz um morador que preferiu não se identificar.

A Secretaria municipal de Proteção e Defesa dos Animais informa que não há denúncias oficiais de maus-tratos e que os animais são cuidados, vacinados e têm exames em dia.

— Eles ficam em área arborizada, com sombra, e não estão expostos ao sol intenso — afirma o chefe de fiscalização, Alceu Cardoso.

Sobre o deslocamento, Cardoso diz que a caminhada entre o Grajaú e a Tijuca, de cerca de quatro quilômetros, não representa riscos.

— Cavalos precisam se exercitar. Em esportes, percorrem até 120 quilômetros — explica.

Segundo Cardoso, o trabalho na Praça Xavier de Brito é liderado por Liziana Monteiro Carreiro, que utiliza os cavalos em atividades sociais, incluindo o tratamento de pessoas com lesões cerebrais e portadores de autismo.

Ele também garante que há tinas de água e alimentos disponíveis e que os tratadores levam feno e água para os animais.

— Os cavalos são acompanhados por um veterinário e vários tratadores. Nunca identificamos situações de maus-tratos — conclui Cardoso.

Para a arquiteta e ambientalista Isabelle de Loys, a prática é preocupante.

— Não sabemos a procedência desses cavalos nem as condições de descanso. Sem garantias de cuidado adequado, isso se configura como exploração. Já passou da hora de revermos essa prática — defende.

Fonte: O Globo

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