A analista judiciária Patricia Maria Acácio fez uma denúncia contra o Partido Verde (PV) no Acre. De acordo com a servidora, duas cadelas exploradas para a segurança da sede do partido, localizada no centro de Rio Branco, não são alimentadas corretamente. Ela afirma que servidores do Fórum, do Tribunal de Justiça e de um restaurante se mobilizam para alimentar os animais.
“Todos os dias venho almoçar com meu marido em um restaurante aqui perto e dava comida esporadicamente para elas. A menorzinha, conseguia fugir e mexer nos lixos, a outra é maior e não consegue sair. Dessa forma, ela está bem mais magra”, conta a analista.
Patrícia conta que percebeu uma anormalidade na magreza de uma das cadelas. Ela disse que viajou por três semanas e se surpreendeu quando voltou a ver o animal. “A cachorra está só pele e osso. Procurei saber quem tutela a cadela, mas um senhor me disse que tinha mais o que fazer do que me dar esse tipo de informação. A partir daí, decidi formalizar a denúncia em alguns órgãos responsáveis”, relata.
A analista teve a ideia de procurar a Associação Amor a Quatro Patas. Patricia tirou uma foto e, rapidamente, a página do Facebook da associação conseguiu repercutir a denúncia na rede social. “As cachorras nunca foram bem cuidadas, mas aconteceu alguma coisa que a situação ficou dessa forma. Ela era normal, não era bem cuidada, mas estava normal”, diz.
A secretária que fica responsável pela alimentação da cachorra, Alessandra Seasa, negou a acusação de maus-tratos e disse que os animais são alimentados. “Elas sempre são alimentadas. Eu acredito que ela esteja muito magra assim porque talvez não esteja gostando da ração e também está amamentando”, explica.
Em um local da sede, foi possível ver uma saco de ração e água disponível para as cadelas. A secretária diz que quando não fica no partido deixa muita ração para que elas possam se alimentar.
A vice presidente da Associação Amor a Quatro Patas, Luciana Souza, explica que maus-tratos não se é apenas uma agressão física. Não alimentar e não seguir um procedimento de assistência ao animal pode ser considerada uma situação de maus-tratos. “A gente pensa que maus-tratos é só bater no animal ou algo mais sério, mas o fato de não alimentar e não levar ao veterinário, já é considerado maus-tratos”, diz.
Luciana pediu que os responsáveis procurassem levar a cachorra em um veterinário para investigar o motivo da magreza e ser diagnosticada. “Como ela está amamentando, a alimentação tem que ser reforçada. Quando uma cachorra abandonada tem filhotes, ela fica assim, nesse estado. Como ela está em casa e tem alimentação, não existe motivos para essa magreza”, explica.
A representante deu um prazo de uma semana para as providências serem tomadas. A associação vai acompanhar de perto a situação e se prontificou a colocar para adoção os filhotes.
PV contra maus-tratos
A presidente regional do Partido Verde, Shirley Torres, se mostrou surpresa com a denúncia e repudiou qualquer tipo de agressão aos animais. “Eu compro ração do meu bolso. Eu encontrei essa cachorra na rua e levei para lá. Eu nunca mais a vi porque estava viajando, mas eu vou lá ver como ela está. Não sei porque o pessoal do Tribunal está fazendo isso”, disse.
Shirley confirmou que nunca faltou comida para a cachorra e que defende os direitos animais. “O Partido Verde defende os cuidados com os animais. Se tem que levar no veterinário, nós vamos levar. Nunca deixaríamos de alimentar um animal. Até sexta-feira (13), vamos levá-la no médico e ele vai passar um suplemento alimentar necessário”, comprometeu-se a presidente.
Fonte: G1