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Moradores de União da Vitória (PR) ajudam animais de ONG interditada na cidade

14 de agosto de 2014
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Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

Moradores de União da Vitória, no sul do Paraná, estão se mobilizando para tentar melhorar as condições dos cães que viviam em uma ONG, fechada na segunda-feira (11), na cidade. A ONG Koala foi interditada pela Justiça, a pedido do Ministério Público do Paraná (MP-PR), que denunciou a situação de maus-tratos sofrida pelos animais. O local onde funciona a ONG abrigava 140 cães.
Muitos moradores têm levado água, comida e outros materiais para ajudar a melhorar a vida dos animais. Parte dos cães que estavam na ONG também foi adotada. “Vim aqui contribuir. Eu trouxe cobertores, que a gente tinha. Fui buscar nos vizinhos potes, para colocar comida. Trouxe roupinha de cachorro, ração”, conta a advogada Viviane Borges.
Diego Fletux resolveu aproveitar o tempo de folga para ajudar na limpeza do local. “Hoje, não foram muitas horas de trabalho, mas já dá outro ar, outro aspecto para os animais que aqui estão”, conta.
Os animais doentes estão sendo tratados em um hospital veterinário, que se dispôs a receber e cuidar dos cães, que poderão ser adotados em breve. “Pela experiência que a gente tem, alguns com mais tempo, outros com menos, mas todos se recuperarão tranquilamente”, conta o veterinário João Sebben.
Segundo a coordenadora do setor de Defesa dos Direitos de Animais da Prefeitura de União da Vitória, Marlene Goulart Jakubiw, o trabalho para melhorar as condições dos animais deve continuar nos próximos dias.
A coordenadora diz que antes da interdição, os animais da ONG ficavam amarrados, não tinham acesso à água e o alimento era jogado entre as fezes e urina. O local, que funcionava há 22 anos, tinha sido interditado parcialmente pela 1ª Promotoria de Justiça de União da Vitória em julho deste ano, após uma visita de funcionários da prefeitura, Vigilância Sanitária e das Faculdades Integradas do Vale do Iguaçu (Uniguaçu). Na ocasião, foi determinada uma ação conjunta entre poder público e a ONG para que 170 animais fossem retirados do local, além da construção de gatis e canis entre outras melhorias sanitárias. Porém, de acordo com a advogada Soiane Rudnicki, que protocolou as denúncias, a responsável pela ONG dificultou que este trabalho fosse feito e, portanto, a organização foi interditada completamente.
Segundo Soiane, na primeira visita, a organização tinha 200 gatos e cachorros, um papagaio e um mico. “Os animais selvagens foram encaminhados pela Polícia Ambiental, porém, a responsável vai ter que explicar o que aconteceu com 60 animais que não estão mais aqui”, explicou.
Outro lado
A responsável pela ONG Walkiria Machado negou as acusações de que dificultou o trabalho da prefeitura e diz que foi o órgão que não cumpriu o acordo. “Se o Koala estava sujo, se o Koala estava superlotado, é porque isso é a cara de União da Vitória. Não foi ninguém da prefeitura ajudar na limpeza, não foi ninguém ajudar na arrumação das casas, ajudar com medicação ou alimentação”, explicou.
Walkiria também disse que cuida da ONG com a aposentadoria do irmão, que também trabalhava no local e com o dinheiro que recebe de consultas e traduções que faz. “Quando a juíza foi visitar lá, eu falei que era a ONG mais pobre do Paraná e ainda dizem que a gente quer enriquecer em cima dela. Nós colocamos à disposição da Justiça nossos dados para que pudessem ver se temos imóveis ou contas bancárias em alguma parte deste mundo. Temos nada”, desabafou.
A coordenadora também negou os maus-tratos. “Se isso acontecia, por qual motivo demoraram quase 23 anos para fazerem algo? Durante as reuniões com o MP-PR, eu mesma disse que se estavam me acusando disso, então, eu cederia voluntariamente a ONG para a prefeitura, mas foi a promotora que disse que isso não poderia acontecer, pois, senão, não teria o que fazer com os animais”, disse.
Adoção
Quem quiser adotar um dos animais que estavam na ONG, pode entrar em contato com a Prefeitura de União da Vitória no telefone (42) 3522-4748.
Fonte: G1

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