Um caso de gatos abandonados e doentes está trazendo dor de cabeça para alguns moradores de Mogi das Cruzes. “Eles apareceram de uma casa de uma família que por algum motivo foi embora e entregou a casa. E aí a gente começou a dar comida, água e eles foram ficando aqui na garagem”, conta o comerciante José Campos Linos.
Ele está ajudando como pode, mas um dos recém-nascidos tem uma doença chamada esporotricose. Inclusive, o gatinho teve que ficar isolado pra não transmitir para os outros. José e a esposa tentaram ajudar o gato, mas acabaram sendo mordidos e pegaram a mesma doença. O animal não resistiu e morreu.
Como o tratamento não é barato, eles procuraram o poder público. “E o pessoal de zoonoses, nós ligamos lá sim e eles vieram aqui, mas eles falaram que não tem vaga para levar os animais e deixasse aqui mesmo porque lá não tem lugar. E eu falei para eles que nós não temos recurso para tratar, nós não temos tempo, não tem nada.”
José e a esposa não são os únicos anjos que precisam de ajuda para cuidar dos animais esquecidos nas ruas.
A comerciante Flávia Cristina Braga é outra apaixonada pelos animais. “Na verdade são todos resgatados e cachorros que estiveram em estado de abandono e foram resgatados da rua.”
Quem vê os cachorros alegres cheios de vontade de brincar nem imagina a situação deles quando vieram para cá. “Eles chegam em estado debilitado com doenças e a gente entra com tratamento de saúde e põe para adoção responsável. Castra porque a castração é eficiente”
Para amenizar esta situação, ela se uniu a outras pessoas e criou o “projeto cultural amparo animal protetores independentes”. “Eu e mais quatro protetoras tivemos esse incentivo de ajudar outras protetoras. O nosso intuito foi ajudar as protetoras que são empreendedoras exporem suas coisas gratuitamente em um espaço que foi doado todo segundo domingo de cada mês. E aí a gente está com essa demanda de protetores que tudo que arrecadarem na feira serão deles.”
A Prefeitura de Mogi das Cruzes informou por nota que na quinta-feira (9), uma equipe técnica do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) recolheu o animal para exames comprobatórios da esporotricose e destinação correta do corpo. Segundo a nota, os tutores receberam as orientações necessárias, já que os mesmos ainda estão com outros seis animais na residência.
Segundo a prefeitura, no dia 31 de janeiro um veterinário do Centro já havia visitado o local, em atenção ao pedido da equipe do programa estratégia saúde da família que atende aquele território informou que na oportunidade, o profissional conversou com o senhor José, que estava de saída com o felino em uma caixa transportadora, relatando consulta em clínica veterinária particular para tratamento de esporotricose.
O tutor recebeu as orientações cabíveis sobre a doença, mas questionou ao veterinário se o CCZ não poderia recolher o animal e assumir o tratamento. A prefeitura detalhou que o profissional esclareceu que o tratamento de animais doentes é responsabilidade dos tutores, o que gerou descontentamento ao tutor.
A nota diz ainda que o animal doente precisa ser cuidado e tratado, nunca abandonado. O abandono faz com a doença se agrave, causa grande sofrimento ao animal e aumenta a possibilidade de transmissão para outros animais e pessoas.
Sobre o evento que da protetora Flávia o bazar solidário é neste domingo (12), das 10h às 16h, na Rua Ricieri José Marcatto, 570, no distrito de César de Sousa. Mais informações pelo telefone 98310-7033.
Fonte: G1