Durante a retirada dos cerca de 6 mil moradores da comunidade Pinheirinho, em São José dos Campos, no interior de São Paulo, cujo terreno de 1,3 milhão de m² passa por um processo de reintegração de posse, muitos animais ficaram para trás. Aves, gatos e cachorros encabeçam a lista. Os que ficaram presos acabaram sem água e comida. Outros, soltos, se perderam.
Fátima Aparecida dos Santos, 40 anos, não escondeu a felicidade de ter reencontrado a gata Nina, que ainda rondava a casa onde ela morou nos últimos oito anos, mas ainda tinha a esperança de encontrar Bebê, seu cachorro, que descreve como “muito alegre”, mas que, por ser “amigo de todos”, tem pouca esperança de reencontrar. “Ouvi dizer que o Controle de Zoonoses levou ele. Se foi, já era”, afirmou.
Fátima se diz triste com o fim da comunidade e afirmou que, por não ter para onde ir, vai tentar uma vaga em um abrigo da prefeitura. “Quando a gente olha para isso tudo, dá uma tristeza. A gente não queria nada de graça, mas um teto em que a gente pudesse morar e pagar aos poucos. Como ninguém fez nada, ficamos na rua”, disse.
Junto a ela moravam duas filhas, de 17 e 20 anos. Embora o recomeço seja difícil, Fátima diz ter esperanças. “O jeito é trabalhar e começar tudo de novo.”
Fonte: Terra