EnglishEspañolPortuguês

Moradora de Ribeirão Preto (SP), protetora recolhe mais de 40 animais das ruas

17 de junho de 2013
4 min. de leitura
A-
A+
Valéria é cercada por alguns dos 17 cães resgatados em Ribeirão (Foto: Eduardo Guidini/ G1)
Valéria é cercada por alguns dos 17 cães resgatados em Ribeirão (Foto: Eduardo Guidini/ G1)

Ao abrir o portão de sua casa, no bairro Vila Independência, Zona Norte de Ribeirão Preto (SP), a tosadora Valéria Hernandes deixa escapar um dos 17 cães que moram com ela. Os cachorros têm a companhia de mais 26 gatos, todos animais recolhidos em situação de risco por ruas e avenidas da cidade. Formada em contabilidade, a mulher de 46 anos se considera protetora dos animais desde que nasceu e, mesmo passando por dificuldades financeiras, gasta R$ 180 por semana com seus animais. Dinheiro este que ela diz usar com o maior prazer.

“Os animais são mais gratos do que o ser humano. Eles te dão amor e não cobram nada em troca. Desde criança, quando eu via algum animal sendo maltratado, eu chorava copiosamente. Nunca fiquei um dia sequer sem ter um bicho em casa”, diz.

Para dar conta de tantos cães e gatos, a tosadora precisa comprar mais de 50 quilos de ração por semana. “Com o meu trabalho de tosadora, não consigo cobrir os gastos. Mas o meu namorado me ajuda, eu dou cheques para o outro mês e assim a gente vai levando a vida. O importante é não abandonar os animais porque eles precisam”, conta Valéria.

Em meio a felicidade e alegria que os animais lhe proporcionam, Valéria embarga a voz apenas quando lembra de algumas situações em que encontrou os bichinhos. “A gata Teca, por exemplo, eu peguei de um andarilho. Ele veio até mim e disse que uma mulher havia pago para ele jogar a gata no rio. Ele ficou com peso na alma e perguntou para mim se eu a queria. Como pode alguém fazer isso com algum ser vivo?”, diz a tosadora.

A gata Teca é só carinho com Valéria, que a salvou de ser jogada no rio (Foto: Eduardo Guidini/ G1)
A gata Teca é só carinho com Valéria, que a salvou de ser jogada no rio (Foto: Eduardo Guidini/ G1)

Sempre que recolhe algum cão ou gato machucado na rua, a intenção de Valéria é cuidar do animal e colocá-lo para adoção quando ele já estiver melhor. “O meu objetivo não é resgatar todos os bichos e ficar com eles. Eu participo de feiras de adoção e levo a maioria deles, apesar de ter os meus próprios animais. É preciso que as pessoas sejam mais sensíveis e adotem mais. Enquanto isso, vou cuidando de quantos eu tiver que cuidar, eu sou assim”.

Valéria não deixa de citar o apoio que recebe de três organizações não governamentais de Ribeirão, que a ajudam com algumas consultas veterinárias gratuitas e com preços mais acessíveis na castração de animais. “Todos os cães e gatos que tenho em casa são castrados e muito bem cuidados. As ONGs me ajudam até certo ponto, mas quase todo o gasto é meu”.

A tosadora recebe o carinho da cadela Fênix, que foi resgatada no meio do lixo e estava doente (Foto: Eduardo Guidini/ G1)
A tosadora recebe o carinho da cadela Fênix, que foi resgatada no meio do lixo e estava doente (Foto: Eduardo Guidini/ G1)

Com tantos animais em casa e tratando os animais como filhos, Valéria faz questão de colocar nomes em todos eles. Muitos dos cães e gatos são ‘batizados’ com nomes de artistas famosos ou por causa de algum fato notório. “O Brad é por causa do Brad Pitt, pois ele é muito lindo. A Fênix é uma cadela que ressurgiu das cinzas. Estava quase morrendo quando eu peguei e agora está bem, por isso esse nome”, lembra.

“Com a Tsunami, a história é a seguinte. Eu peguei ela e outros dois gatos da mesma ninhada, que estava abandonada. Eu tinha uma portinha na entrada da minha casa, onde dava para passar apenas por um buraco. A Tsunami era a única que ficava batendo na porta inteira até achar o buraco para entrar, parecia um Tsunami, por isso esse nome”, conta aos risos.

Fonte: G1

Você viu?

Ir para o topo