Em Bangkok, na Tailândia, um morador de condomínio tomou uma atitude irresponsável e perigosa ao tentar resolver um conflito com o vizinho: soltou duas cobras que mantinha em cativeiro no corredor do prédio como forma de protesto contra o latido de um cachorro. Além do risco evidente, a ação reforça estigmas injustos sobre serpentes, vistas como ameaças e usadas como ferramentas de intimidação.
O caso repercutiu após o homem divulgar nas redes sociais um vídeo em que as cobras aparecem rastejando perto da porta do vizinho. Na legenda, ele alega que o ato foi uma resposta ao incômodo causado pelo cachorro e ironiza dizendo que também “ama os animais”.
Cobras são seres sencientes, não objetos de vingança. Ao serem soltas em ambiente desconhecido e em um contexto de briga, elas podem sofrer lesões, estresse ou até mesmo serem mortas por pessoas que as veem como ameaças.
O morador ainda ameaçou trazer mais serpentes. “Hoje eu trouxe duas. Amanhã trarei mais. Não consegui carregar a maior hoje”, escreveu.
Em uma mensagem enviada ao grupo do condomínio, ele ainda fez um alerta aos tutores de cães e gatos, afirmando que suas cobras poderiam atacá-los. “Meus animais domésticos querem demonstrar seu amor abraçando seus cães com tanta força que eles não conseguirão latir”, afirmou, em tom ameaçador.
Enquanto isso, o cachorro que se comunicava por meio do latido, um comportamento natural, foi o único penalizado. O tutor do cachorro foi multado em 10.000 baht (cerca de R$ 1.720) por descumprir a regra do condomínio, que proíbe animais. Já o responsável pelas cobras recebeu apenas uma advertência formal por escrito e foi instruído a removê-las do local.
O caso mostra animais silvestres condenados a uma vida de cativeiro para servir aos caprichos humanos. Cobras, como todos os seres vivos, evoluíram para viver em liberdade, não para serem mantidas em terrários e muito menos para serem usadas como “armas” em disputas pessoais.
Quando retiradas de seu ambiente e confinadas, as cobras sofrem com estresse crônico devido a falta de espaço, problemas de saúde por causa de alimentação incorreta e umidade desregulada, e morte prematura. Reduzir esses animais a objetos de posse ou ameaça é negar sua individualidade e direito à liberdade.