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Monitoramento via satélite pode acabar com caçadas de rinocerontes

3 de agosto de 2015
3 min. de leitura
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Por Augusta Scheer (da Redação)

Foto: Scotsman/PA
Foto: Scotsman/PA

Um novo sistema desenvolvido por especialistas britânicos pode ajudar a acabar com a caça de rinocerontes, grave problema que vem ameaçando a sobrevivência da espécie. Os rinocerontes costumam ser assassinados por contrabandistas interessados no chifre do animal. As informações são do site Scotsman.
A tecnologia consiste numa espécie de coleira de rastreamento via satélite, equipada com câmeras de vídeo, que seria implantada nos chifres dos rinocerontes. O sistema de GPS conta ainda com um monitor do ritmo cardíaco, que dispara um alarme no momento em que o animal é assassinado.
Os caçadores responsáveis não terão tempo de escapar, pois os fiscais florestais chegam à cena via helicóptero em questão de poucos minutos. A minúscula câmera implantada no chifre do animal também ajudará a fornecer as evidências para julgamento dos contrabandistas.
Espera-se que a tecnologia seja de grande ajuda no combate à caça desses animais. O sistema será testado na África do Sul nos próximos seis a nove meses e, se mostrar eficiência, poderá ser adaptado para outros animais ameaçados por caçadores, como elefantes e tigres.
O sistema se chama Protect RAPID e foi desenvolvido por Paul O’Donoghue, que trabalha com as populações ameaçadas de rinocerontes há mais de 15 anos. “Atualmente, um rinoceronte é assassinado a cada seis horas na África,” conta o inventor do sistema, que afirma que a legislação não tem sido eficaz no combate à caça desses animais. “Precisávamos encontrar uma maneira de proteger esses animais efetivamente. O massacre tem que acabar. Com esse dispositivo, o monitor cardíaco dispara um alarme no momento em que uma caçada acontece, indicando a localização precisa, assim, os guardas florestais podem chegar à cena dentro de poucos minutos via helicóptero ou caminhonete. Os caçadores não terão tempo nem para extrair as partes valiosas do corpo do animal, nem para escapar.”
Desde 2007, as caçadas de rinocerontes aumentaram drasticamente no continente africano. É praticamente impossível patrulhar toda a extensão de terras habitadas por rinocerontes, o que infelizmente facilita a atividade dos caçadores.
Paul O’Donoghue é professor de ciências biológicas na Universidade de Chester e desenvolveu o sistema anti-caça para a organização de conservação Protect, que testará o produto no ano que vem. O diretor da entidade, Steve Piper conta que a Protect espera implantar os primeiros protótipos em rinocerontes dentro de alguns meses, e que estão desenvolvendo versões do sistema para tigres e elefantes.
O ecologista Dean Peinke, de uma agência de conservação e turismo do governo sul-africano, conta que é muito difícil patrulhar as vastas paisagens do país. Os caçadores costumam achar brechas na fiscalização. “Eles são bem organizados, equipados e encontram brechas em quase todas as defesas porque a remuneração é muito boa,” conta, em referência ao cruel mercado ilegal de chifres de rinoceronte. “Esses dispositivos alteram a situação a nosso favor. Se pudermos identificar as caçadas no momento em que elas acontecem, podemos reagir rápida e efetivamente para apreender os caçadores.”
A publicação científica Journal of Applied Ecology divulgou as pesquisas por trás do sistema Protect RAPID.
Claire Bass, diretora executiva da Humane Society do Reino Unido, se mostrou otimista com a novidade. “O sistema pode mudar o jogo na árdua luta contra caçadas, e a tecnologia tem o potencial de ser aplicada a outras espécies ameaçadas.” A entidade britânica ajudou a financiar o promissor projeto.

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