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Ministério Público de Pernambuco investiga mortes por pancadas

18 de junho de 2009
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O procedimento de eutanásia de animais praticado no Centro de Vigilância Ambiental (CVA) do Recife chegou novamente ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE). Em uma denúncia de maus-tratos e tortura, representantes do Movimento de Proteção ao Cão em Risco encaminharam à Promotoria de Meio Ambiente um CD com fotos e vídeos de cães e cavalos mantidos no local. As imagens, que também foram enviadas ao Diario, mostram cachorros de raça e mestiços mortos e empilhados em pequenos recintos. Os animais apresentam marcas no corpo que, de acordo com a entidade, teriam sido provocadas por pancadas com o objetivo de causar a morte. O vídeo também mostra a suposta morte de um cavalo por fome. No mês passado, o Diario trouxe reportagem que denunciava que 4 mil animais teriam sido mortos em dois meses no CVA.

O promotor Sérgio Souto, responsável pela apuração da nova denúncia, constatou “o sofrimento exacerbado” dos animais. Mas ele informou que era necessário definir quando os ferimentos foram provocados. “É possível que eles tenham sido machucados na rua ou pelos donos anteriores. Mas se aquelas imagens se confirmarem, eles não estão em condições apropriadas”, destaca, citando que já existe uma decisão judicial que condena a prática de eutanásia que provoque sofrimento. “A legislação diz que animais doentes e condenados podem ser mortos desde que com procedimentos sem dor”, informa. O promotor acrescentou que irá recorrer da decisão atual, solicitando que os animais sadios capturados pelo CVA não sejam mortos.

Injeção – O gerente do programa de saúde ambiental da Prefeitura do Recife, Otoniel Barros, ressaltou que as eutanásias praticadas no CVA são acompanhadas por um veterinário e seguem a legislação, usando injeção letal. Ele diz que a quantidade de animais mortos reduziu em 50% no último ano. Mensalmente, cerca de 400 animais são mortos no local. Quando chegam, eles têm apenas três dias para serem resgatados. Insatisfeitas, as entidades de defesa dos animais pedem uma política pública de adoção desses animais. “As imagens que recebemos mostram um dálmata morto, cheio de ferimentos. Esse é o tipo de cão que não fica dois dias para adoção. Não podemos permitir que esses animais sejam mortos com tanta crueldade”, ressalta a coordenadora do movimento, Simone Sales, defendendo a castração dos animais como método de controle populacional.

A presidente da Associação de Amigos Defensores dos Animais e do Meio Ambiente, Maria Padilha, defende ainda a adoção de chips de identificação. Os animais receberiam um aparelho com o nome do responsável e sua localização. “Dessa maneira poderíamos localizar os irresponsáveis que permitem e deixam os animais abandonados”, assegura.

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