Especialistas afirmam que aprovação faz parte de jogo político, e entram em desacordo com recomendações feitas por autoridades ambientais.
Mineradora multinacional persuadiu o governo australiano a pular um requerimento que exigia as provas de que o projeto, destinado à uma cidade no interior do oeste da Austrália, não apresentaria riscos de extinção para nenhuma espécie que vive ali.
A canadense Cameco argumentou em novembro de 2017 que as condições propostas pelo governo para o projeto Yeelirrie seriam “complicadas demais para atender”.
O projeto foi aprovado no dia 10 de abril, um dia antes das eleições federais australianas, apresentando uma lista de diferentes condições relacionadas à proteção de espécies.
Grupos de conservação ambiental afirmam que a aprovação foi parte de um jogo político, e, que, ainda por cima entra em desacordo com as recomendações feitas pela WA Environmental Protection Authority.
De acordo com o grupo, a mina seria bloqueada por apresentar risco a 140 espécies subterrâneas de estigobiontes e troglóbios – pequenos animais que vivem em águas subterrâneas e em bolhas de ar no lençol freático.
Mia Pepper, especialista do WA Conservation Council, diz que a mudança de condições mostrou às mineradoras uma influência desproporcional no processo de aprovação do setor ambiental.
Ela declara que uma clara condição de impedir a extinção de mais espécies foi substituída por requisitos confusos, alternando a obrigação de proteger os demais animais da empresa para o governo.
“Eu acho que público, e o departamento do governo, devem esperar que as empresas providenciem evidências de que nenhuma espécie será extinta”, afirma Pepper. “A atitude da indústria de mineração, acerca da fauna subterrânea, tem sido fraca. Sejam eles pequenos, ou bonitinhos e fofinhos indivíduos, nós devemos proteger a todos. Quem somos nós para decidir?”