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Militares europeus mutilam e matam porcos em treinamentos médicos de guerra

24 de agosto de 2013
4 min. de leitura
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Por Patricia Tai (da Redação)

Militares usam porcos para treinamento de cirurgia em guerra. Foto: China Photo/Rex Features
Militares usam porcos para treinamento de cirurgia em guerra. (Foto: China Photo/Rex Features)

Ativistas de direitos animais estão denunciando à União Europeia que porcos têm sido usados por militares de quatro países europeus em exercício de treinamento de cirurgia em guerra. As informações são do The Guardian.

O PETA (People for the Ethical Treatment of Animals) quer que seja aberto um inquérito para investigar o uso dos animais em “treinamento de trauma mortal” pelos exércitos da Grã Bretanha, Noruega, Polônia e Dinamarca, alegando que isso viola as leis da União Europeia. O treinamento, “que envolve tiros, facadas e quebra de ossos de porcos vivos e outros animais”, é contra uma diretiva europeia de que os animais não devem ser usados quando há outras opções disponíveis.

O Ministério de Defesa usa uma fazenda na Dinamarca duas vezes por ano para treinar médicos em cirurgia de batalha e insiste que o manuseio de animais é rigorosamente controlado, e que eles são “pesadamente” anestesiados durante o processo e atendidos por uma equipe veterinária. Em uma carta para a Comissão Europeia, direcionada a Karl Falkenberg, diretor geral de meio ambiente, o PETA afirma que os militares de 22 das 28 nações da Organização do Tratado do Atlântico Norte – OTAN, incluindo dezenove outros estados europeus, estão atualmente usando modelos exclusivamente não-animais para estudo de trauma, como por exemplo simuladores de pacientes humanos e manequins.

“O Departamento de Serviços Médicos de Defesa do Reino Unido e os militares da Dinarmaca, Noruega e Polônia continuam a mutilar e matar animais durante exercícios de treinamento mesmo que cada país tenha leis domésticas banindo o uso de animais quando existem outras opções”, declarou o PETA em um comunicado, clamando que tais ações violam a Lei 2010/63 da União Europeia. “O PETA está pedindo a Falkenberg que reforce as diretrizes da Lei para esses quatro países”.

O Ministério de Defesa contra-argumenta: “Este treinamento provê experiência incalculável, expondo nossos times de cirurgiões a desafios específicos apresentados pelos ferimentos em conflitos armados modernos. Ele ajuda a salvar vidas em operações e, pela participação nos exercícios dinamarqueses, nós minimizamos o número total de animais utilizados”.

“Onde a simulação pode ser usada para treinamento, nós o fazemos. Contudo, em se tratando de implementação de trauma, a simulação não funciona e não atende às exigências do treinamento”, continua o comunicado.

O Ministério ainda afirma que não deveria ser ilegal conduzir treinamento similar no Reino Unido, embora a aprovação do Estado “devesse ser necessária caso a caso”.

Detalhes do treinamento emergiram quando veio à tona a informação de que dezoito porcos foram baleados no curso de Cirurgia Definitiva e Cuidado de Trauma na área de treinamento de Jaegerspris. Após terem sido atingidos por arma de fogo de modo a causar danos intencionais em seus órgãos mas não levar à morte iminente, os animais foram tratados como vítimas, carregados em ambulâncias, dirigidos a um centro cirúrgico e operados por uma equipe de seis médicos, segundo reportagem do jornal Mail on Sunday.

Entre os que escreveram ao Ministério da Defesa em protesto está Gideon Raff, criador da série de TV Homeland.

Em sua carta, o PETA diz que as forças armadas dinamarquesas descreveram em um artigo “como atiram em porcos com balas de alta velocidade e infligem ferimentos ameaçadores de vida em múltiplos órgãos dos animais, bem como fraturas ósseas durante o treinamento, que também é assistido pelos Serviços Médicos de Defesa do Reino Unido”.

Embora a Noruega não seja um país membro da União Europeia, a diretiva é assinalada como relevante para a Área Econômica Europeia (EEA) da qual ela é membro, e portanto deve obedecer as suas regras, de acordo com o PETA.

“Esta não é uma escolha entre salvar vidas de animais não humanos e humanos, mas se trata de usar ferramentas efetivas de simulação que irão proporcionar melhor treinamento para salvar vidas em campos de batalha”, disse Mimi Bekhechi, diretora associada do PETA. “Se aproximadamente 80% das nações da União Europeia e outros dezenove estados acreditam na superioridade de métodos de treinamentos não-animais, então também podem acreditar o Reino Unido, a Dinamarca, a Noruega e a Polônia”, acrescenta Bekhechi.

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