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Milhões de pássaros são mortos por ano na colheita noturna de azeitonas

26 de maio de 2019
2 min. de leitura
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Por David Arioch

“Os governos locais e as comunidades locais, nacionais e internacionais precisam urgentemente avaliar o impacto da prática e tomar medidas para acabar com ela” | Foto: Pixabay

Há uma estimativa de que 2,6 milhões de pássaros canoros são mortos a cada inverno durante a colheita noturna de azeitonas na Andaluzia, segundo o The Independent. A luz das colheitadeiras deixa as aves desorientadas e elas acabam sendo sugadas durante a colheita. Mas isso não acontece apenas na Andaluzia, mas também em outros países – como Portugal, França e Itália.

Na realidade, de acordo com pesquisadores, em qualquer país onde se realiza a colheita noturna de azeitonas com o auxílio de máquinas. À noite, as aves ficam empoleiradas nos galhos das oliveiras e acabam sendo afetadas pela colheita mecanizada que começa em outubro e termina em janeiro.

Muitas dessas aves migram do Centro e do Norte da Europa para a bacia do Mediterrâneo nos meses de inverno. Aparentemente, o que motiva as colheitas noturnas é que as azeitonas preservam os sabores aromáticos quando as temperaturas abaixam mais ao escurecer.

“A máquina não causa nenhum problema nesse sentido se usada durante o dia porque as aves podem ver e escapar enquanto as máquinas são operadas. No entanto, durante a noite eles usam luzes muito fortes que confundem os pássaros e os levam à morte ao serem sugados pelas colheitadeiras”, destacou a pesquisadora Vanessa Mata, do Centro de Pesquisa em Biodiversidade e Recursos Genéticos de Portugal.

Em Portugal, cerca de 96 mil aves são mortas a cada inverno, já sobre a França e Itália, onde o procedimento também é utilizado, não há dados conhecidos. O The Independent afirma que nem Portugal, França ou Itália tomaram alguma iniciativa a respeito até agora. Na Andaluzia há uma discussão em andamento, mas enquanto uma legislação contra a prática não for aprovada, o massacre de pássaros deve continuar.

“Os governos locais e as comunidades locais, nacionais e internacionais precisam urgentemente avaliar o impacto da prática e tomar medidas para acabar com ela”, apontou Vanessa Mata.

Há uma estimativa da Sociedade Real pela Proteção dos Pássaros de que o número de aves caiu em 44% em decorrência da agricultura intensiva nas últimas três décadas.

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