A organização da pecuária holandesa LTO afirmou que milhões de galinhas podem ser mortas em 150 empresas no país devido a uma contaminação de ovos por inseticidas. Trezentas mil aves já foram assassinadas. Um porta-voz da LTO alegou que elas “tiveram que ser eliminadas devido à contaminação”.
Os supermercados da Alemanha, Holanda, Bélgica, Suécia e Suíça retiraram milhões de ovos das prateleiras que continham fipronil, uma substância potencialmente perigosa para os humanos. A Bélgica se comprometeu a ser transparente sobre o motivo de manter o escândalo em segredo.
O ministro da Agricultura da Bélgica, entretanto, afirmou que havia ordenado que a Agência de Segurança Alimentar do país reportasse o motivo pelo qual não havia alertado os países vizinhos até o dia 20 de julho, apesar de saber sobre a contaminação desde o mês anterior.
Em uma declaração, Denis Ducarme relatou ter aconselhado a Agência de Segurança Alimentar (AFSCA) a criar um “relatório sobre as circunstâncias das ações da agência desde a primeira informação que recebeu sobre o problema do fipronil”.
Devido à pressão da Alemanha e da Holanda, Ducarme prometeu “total transparência”, afirmando que contataria seus parceiros nos próximos dias.
Ducarme acrescentou que mercadorias de 57 produtores de ovos belgas – cerca de um quarto do país – foram bloqueados como medida preventiva.
Os oficiais belgas admitiram que mantiveram o problema em segredo e não falharam em procurar o Sistema Internacional de Alerta de Segurança Alimentar da União Europeia, mas disseram que a razão era um inquérito fraudulento.
A porta-voz da Comissão Européia, Anna-Kaisa Itkonen, destacou que não poderia comentar o atraso belga “porque trata-se de uma investigação criminal em andamento”.
A Alemanha exigiu uma explicação da Bélgica sobre a razão pela qual a questão foi encoberta, segundo o The Local.
O fipronil é frequentemente usado em produtos veterinários para combater pulgas, piolhos e carrapatos. Porém, seu uso é proibido para tratar animais explorados pela pecuária, como as galinhas.
Em grande quantidade, o inseticida é considerado “moderadamente perigoso” de acordo com a Organização Mundial da Saúde e pode ter efeitos perigosos sobre os rins, o fígado e a glândula da tireoide.
Acredita-se que a substância tóxica foi introduzida nas fazendas por uma empresa holandesa chamada Chickfriend, procurada para tratar os piolhos vermelhos, um parasita em galinhas. A imprensa holandesa e belga informa que a substância que contém o inseticida foi fornecida a Chickfriend por uma empresa belga ainda não confirmada.