Todos os anos, quase seis milhões de burros são sacrificados para atender à demanda pela pele, amplamente utilizada na produção de uma gelatina aplicada na Medicina Tradicional Chinesa, conforme aponta o mais recente relatório da organização britânica de defesa animal “Donkey Sanctuary”.

Segundo informações da BBC, a situação na África, lar de aproximadamente dois terços dos 53 milhões de burros no mundo, apresenta regulamentações diversas. A exportação de peles não é legal em todos os países africanos, mas a alta demanda impulsiona o sequestro desses animais. Contudo, essa realidade pode estar prestes a mudar, uma vez que todos os estados africanos se preparam para proibir a exportação de peles de burro.

“Entre 2016 e 2019, estimamos que cerca de metade dos burros do Quênia foram mortos para atender ao comércio de peles”, declarou Solomon Onyango, representante da “Donkey Sanctuary”. Vale ressaltar que esses animais desempenham um papel crucial nas comunidades rurais pobres, sendo responsáveis pelo transporte de pessoas, mercadorias e alimentos. Os crescentes sequestros motivados pelo comércio ilegal geraram indignação no Quênia.

O motivo dessa demanda está longe do continente africano, concentrando-se na Ásia, especialmente na Medicina Tradicional Chinesa. A gelatina extraída da pele do burro é amplamente utilizada, acreditando-se ter propriedades curativas e de preservação da juventude. As peles são fervidas para a extração da gelatina, que é transformada em pó, comprimidos, líquidos ou adicionada a alimentos.