Em 2016, o país realizou 3,94 milhões procedimentos em animais vivos, dos quais quase metade das vítimas (49%) foi geneticamente alterada, revelaram as estatísticas do Home Office.
Os cientistas costumam abusar de animais geneticamente modificados para testar drogas para determinadas doenças e, deliberadamente, criar animais doentes com genes mutantes.
Para garantir animais com a mutação considerada correta para os experimentos, os cientistas tendem a reproduzir animais constantemente – mesmo quando os procedimentos não consideram a extrema crueldade necessária.
Se os pesquisadores sabem que usarão sete animais no final do ano, eles farão isso regularmente. Aqueles que não são torturados nos testes serão mortos.
Os camundongos são os animais mais usados em testes, mas houve um aumento na utilização de cães na Grã-Bretanha, conforme mostram os últimos registros.
A Humane Society International alertou que os animais “excedentes” de programas de reprodução contínua não são usados para testes específicos ou pesquisas, “mas simplesmente são criados, enjaulados e mortos. Eles muitas vezes vivem em condições muito anormais e verão uma quantidade de luz artificial diariamente”, acrescentou a organização de proteção animal”, disse o grupo.
“Muitas vezes, os animais ficarão estressados nessas condições e você observa mães comendo seus próprios bebês porque é tão antinatural”, afirmou Lindsay Marshall, diretora de comunicação científica da organização.
De acordo com o The Sun, algumas mutações genéticas acarretam defeitos catastróficos, como ratos que nascem com membros encurtados, sem membros ou até sem a parte frontal da cabeça.
Caso sobrevivam ao nascimento, eles podem ter defeitos de desenvolvimento significativos que prejudicam seus membros, olhos, cérebro ou pelos.
Eles são predispostos à formação de tumores e regularmente submetidos a infecções deliberadas, repetidas e, em última instância, fatais para verificar o impacto da mutação, descobriram os ativistas pelos direitos animais.
Qualquer cientista que teste em animais deve denunciar os números ao governo e o Ministério do Interior é responsável pela regulação desse setor tenebroso.
Porém, as organizações de direitos animais explicam que o governo não tem feito o suficiente para impedir o que descrevem como um ciclo de matança de raças.
“Em última análise, o melhor resultado para a ciência e para animais é que nossos esforços de pesquisa mudem para alternativas humanas de ponta. Porém, é revoltante saber que a oportunidade número um para conter o crescimento explosivo dos procedimentos em animais do Reino Unido tem sido desconsiderada ano após ano”, ressalta Troy Seidle, especialista em toxicologia da Humane Society International.
“Testemunhamos essa tendência na criação indiscriminada de animais geneticamente modificados que ocorre há mais de uma década e repetidamente pedimos que o Home Office agisse”, acrescenta.
“Entretanto, mesmo com todas as garantias do compromisso do governo do Reino Unido de reduzir o uso de animais nos laboratórios, os números continuam subindo, o que torna a estratégia atual do governo um fracasso qualificado. O Home Office possui toda a autoridade necessária para exigir que as universidades e outras instituições adotem estratégias mais eficientes, tudo o que falta é motivação para agir”, concluiu Seidle.