Desde a semana passada, autoridades ambientais de Rolim de Moura, em RO, estão preocupadas com o aparecimento de centenas de peixes mortos no rio Bamburro, na altura das linhas 200 e 204, zona rural da cidade. Moradores de propriedades banhadas pelo “Bambu”, como é popularmente conhecido, alertaram a Sedam, o Ibama e a Secretaria de Meio Ambiente do Município (Semam) para que investigassem o caso.
A suspeita é de contaminação do solo por agrotóxico. Nesta semana, equipes dos órgãos de proteção ambiental coletaram amostras da água do Bambu para análise. Agentes também fizeram uma espécie de varredura numa extensão de mais de dois mil metros pelo leito do rio, na esperança de encontrar algum derramamento de produtos tóxicos.
No início do problema, havia a informação de que um matadouro de aves que está sendo construído ao lado do igarapé poderia ser o responsável pela contaminação.
Água tratada
De acordo com Daniela Soares Rosa, responsável pelo setor de tratamento de água do frigorífico, a empresa ainda não está atuando no abate de animais e a parte de dessossa está sendo feita de forma experimental. “Toda a água que utilizamos vem do Bambu e volta para o rio da mesma maneira que veio, limpa. Ela passa por filtos e pelas lagoas de decantação de material orgânico, recebendo todo o tratamento necessário para que não prejudique os peixes”, garantiu.
Esta semana, ainda sem um resultado concreto, o secretário titular da Semam, Osni Ortiz, pediu que os veículos de comunicação divulguem um comunicado pedindo que a população não faça uso da água do Bambu. Segundo ele, banhos e a retirada de água para fins de consumo são desaconselháveis, até que se tenha um resultado concreto sobre o motivo das mortes dos peixes. O resultado dos testes deve sair nos próximos dias.
Mistério
“Temos que nos precaver, ainda não sabemos o que de fato aconteceu para que aquelas espécies aparecerem dessa maneira. Como o Bambu é um dos mais populares rios da nossa região, com certeza muita gente deve procurar os sítios, as fazendas banhadas por ele para se refrescar do calor. É aí que entra o perigo, pois desconhecemos o que matou esses peixes. Se é prejudicial a eles, pode ser também para nós”, argumenta o secretário.
Em 2007 um dos afluentes do Bambu, o igarapé São Pedrinho, também registrou uma das maiores mortandades de peixes da história do município. A baixa oxigenação da água, ocasionada pela grande quantidade de material orgânico (despejado por um extinto frigorífico da região), acabou levando à morte milhares de lambaris, piaus e traíras. Na época, a empresa foi multada e teve que rever seu sistema de devolução da água para o rio.
Com informações do Diário da Amazônia