Nos últimos dias, milhares de peixes estão aparecendo mortos no canal do Estuário entre Santos e Guarujá, no litoral de São Paulo. Segundo uma bióloga de Santos, o mar não foi contaminado, mas o açúcar que caiu na água, após um incêndio no porto santista, não faz parte da alimentação dos peixes.
A bióloga Thais Santos explica que os peixes ingeriram um produto que não é um alimento natural deles. “O açúcar é um produto natural, ele não é um agente químico, não foi nenhum composto químico, tóxico, que caiu no ambiente e acabou degradando. Ele é um composto natural, mas ele não faz parte do canal do porto, da alimentação dos animais que vivem ali. Esse excesso de alimento que não faz parte da dieta natural pode causar a mortalidade dos peixes”, explica.
Segundo a bióloga, os efeitos do acidente ainda serão sentidos durante os próximos meses. Mas, os peixes costumam fugir de ambientes desfavoráveis e esse pode ser o motivo do desaparecimento dos animais. “Quando tem um incidente grande como esse, os peixes saem dessa região e procuram áreas melhores para o seu desenvolvimento, que não tenham tanto risco, condições ideais de oxigênio, temperatura, níveis de poluição”, finaliza.
Incêndio
As pessoas que trabalhavam no Porto de Santos ouviram uma grande explosão por volta das 6h desta sexta-feira (18). O fogo atingiu seis armazéns de açúcar e deixou quatro funcionários feridos.
O incêndio, que já é considerado o maior da história do porto santista. A área atingida, de 40 mil metros quadrados, é da Copersucar, maior exportadora de açúcar do Brasil. Segundo a empresa, o incêndio atingiu cerca de 180 mil toneladas de açúcar bruto. Os bombeiros precisaram de 60 homens e um helicóptero para controlar o incêndio. As causas ainda não são conhecidas e estão sendo investigadas. Peixes mortos em Vicente de Carvalho, em Guarujá.
Fonte: G1