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Milhares de golfinhos são mortos por pescadores na França

2 de março de 2018
3 min. de leitura
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O corpo de um golfinho está nela e não está claro se ele está vivo ou morto. Os membros da tripulação da Sea Shepherd Global seguiram duas embarcações de pesca pela costa de Royan, na França, para filmar suas atividades.

Foto: Sea Shepherd Global

Além de muitos peixes, os navios também capturaram dois golfinhos e um ainda estava vivo, segundo  Lamya Essemlali, presidente da Sea Shepherd France.

Porém, os pescadores não tentam salvar a vida dos golfinhos, que frequentemente são mortos e jogados novamente no mar como “capturas acidentais”.

“Foi extremamente difícil para a equipe observar os golfinhos presos sem poder salvá-los”, contou Essemlali ao The Dodo.

Nas águas costeiras da França (entre a Vendée e a Charente Marítima), acredita-se que até 10 mil golfinhos são assassinados a cada inverno após ficarem presos em redes de pesca, denuncia a Sea Shepherd Global. Já a caça de golfinhos que ocorre em Taiji, no Japão, geralmente mata em torno de mil deles.

“A parte mais ultrajante é que o governo francês sabe disso”, frisou Essemlali, explicando que o governo parece  hesitar para solucionar o problema.

Foto: Sea Shepherd Globa

Isso não ocorre apenas na França. Mais de 650 mil mamíferos marinhos, incluindo golfinhos, baleias, focas e tartarugas, são mortos ou gravemente feridos anualmente por redes de pesca, de acordo com o Conselho de Defesa de Recursos Naturais (NRDC).

Infelizmente, muitas práticas de pesca modernas facilitam a captura de golfinhos e outros animais. Os pescadores no vídeo usaram uma prática conhecida como “arrasto”, que envolve puxar uma grande rede por meio da água entre duas embarcações. As redes de arrasto não apenas capturam os alvos dos pescadores (as embarcações da filmagem tentaram pegar robalos, informou Essemlali) – como aprisionam tudo que está em seu caminho.

“Quando a rede envolve um grupo de robalos, constantemente, os golfinhos estão entre eles. Ao ficarem presos na rede, é impossível que eles fujam”, afirmou Essemlali.

Como mamíferos, os golfinhos precisam subir à superfície para conseguir ar suficiente para respirar.  Quando estão nas redes, eles são incapazes de nadar e as redes de arrasto podem permanecer na água durante horas, de acordo com Essemlali.

Na maioria dos casos, os golfinhos se afogam nas redes. Se sobreviverem, os pescadores os matarão no convés ao invés de libertá-los no oceano.

“Eles cortaram suas caudas e barbatanas para tirá-los das redes para não prejudicá-las. Redes são muito caros e prevalecem sobre a vida dos golfinhos”, enfatizou Essemlali.

Foto: Sea Shepherd Globa

Ela acredita isso ocorreu com o golfinho que ainda estava vivo na rede durante a vigilância do Sea Sheperd.

A tripulação do Sea Shepherd não viu os pescadores eliminando os corpos dos animais, mas Essemlali acredita que os pescadores os jogaram no mar depois que as câmeras desapareceram. “Eles costumam simplesmente jogá-los de volta. Às vezes, eles os abrem para que eles [os corpos] se afoguem e não sejam arrastados para a praia”, relatou.

As capturas acidentais mostram o quão devastadora é a pesca, que não apenas mata inúmeros animais diretamente, como também é responsável pelo assassinato de outras espécies marinhas.

“As mortes de baleias e golfinhos em instrumentos de pesca ainda são um problema não resolvido em grande parte do mundo, incluindo nos Estados Unidos. Manter a existência dessas criaturas carismáticas exige mudanças. Responsabilizar os gestores das pescas por essas mortes desumanas é o primeiro passo para encontrar uma solução”, disse Catherine Kilduff, advogada sênior do Centro de Diversidade Biológica.

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