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Milhares de galgos explorados em corridas são submetidos a uma vida de abusos

29 de junho de 2017
3 min. de leitura
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Galgo explorado em corrida
Foto: Duncan Strauss

É inacreditável que as corridas de galgos ainda existam. Quarenta estados norte-americanos acabaram com a prática horrível ou manifestaram suas preocupações com a crueldade e a morte de cães. Ainda assim, 19 pistas de corridas de cães permanecem ativas nos EUA.

Somente na Flórida,  existem 12 pistas. O estado promove as corridas mesmo quando o público e os lucros diminuem. O Palm Beach Kennel Club e seus colegas coletivamente perdem cerca de US $ 30 milhões por ano com as corrida de cães, de acordo com as demonstrações financeiras.

Segundo a reportagem do Washington Post, esta situação preocupante é o resultado de uma determinação na lei da Flórida que exige a continuidade das corridas de cães para operar suas salas de jogos altamente lucrativos.

A legislação, que procurava limitar o número de salas em todo o estado, aprovou um estatuto em 1997 que estipulou que as licenças iriam apenas para as instalações de apostas, como corridas de cães.

Como resultado, sete mil galgos são explorados em corridas que ocorrem apenas para manter as mesas de poker cheias. Atualmente, o Palm Beach Kennel Club promove 15 corridas de cães diariamente, com mais 15 adicionais durante as sextas-feiras e os sábados.

A corrida de galgos é “uma relíquia da época da Depressão que ainda existe hoje. Estamos observando cães sofrerem e morrem agora nas pistas da Flórida em corridas”, destaca Carey Theil, diretora executiva da Grey2K USA Worldwide, uma organização que luta para proteger os animais.

O montante total apostado nas corridas de cães dos EUA teve queda de US $ 3,5 bilhões em 1991 para aproximadamente US$ 500 milhões em 2014, de acordo com um relatório estatístico da Association of Racing Commissioners International.

Tendo em vista o retorno imediato de grande parte desse montante aos apostadores, além de custos indiretos, as corridas de galgos tornaram-se uma receita à prova de falhas para que as pistas perdessem dinheiro.

Os especialistas apontam vários fatores responsáveis pelo declínio da indústria, incluindo a concorrência de jogos de apostas ou entretenimento, a falta de interesse entre os jovens e a crescente conscientização sobre o bem-estar dos cães.

Os números do estado sinalizam que quase 400 cães morreram nas pistas da Flórida desde 2013. A Grey2K EUA e inúmeros outros grupos de proteção animal citam uma série de preocupações sobre o tratamento dos cães.

Os galgos são confinados em recintos estreitos por mais de 20 horas por dia; lidam com ferimentos regulares, incluindo traumatismo craniano e pernas quebradas.

Além disso, às vezes recebem drogas como esteroides anabolizantes, o que pode evitar que as fêmeas entrem no cio. Um treinador veterano da Flórida teve a licença revogada em abril, depois que cinco dos cães que explorava testaram positivo para cocaína.

Apesar da tendência nacional contra as corridas, há poucas indicações de que o fim da prática esteja próximo na Flórida. Nos últimos anos, vários projetos de lei foram introduzidos para separar, ou “desacoplar” as corridas de galgos de cassinos, mas nenhum conseguiu obter apoio suficiente, inclusive na sessão de 2017, que acaba de ser concluída.

Os esforços foram bloqueados por agendas conflitantes entre as pistas e outras entidades, assim como influências poderosas como a da Disney, que receia que qualquer mudança legislativa possa aumentar os jogos que prejudiquem negócios turísticos e convencionais. Os legisladores  também querem uma lei de jogos mais ampla que vá muito além da separação das corridas das salas de jogos.

De acordo com os especialistas, mesmo que uma lei de dissociação fosse aprovada amanhã, ela não iria acabar com as corridas de galgos na região.

Em vez disso, provavelmente forneceria a opção de encerrar a crueldade, mas existe a previsão de que pelo menos algumas continuariam, em parte, absorvendo as receitas das apostas nas pistas fechadas.

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