Todas as semanas, milhares de cães são espancados em público, queimados vivos e mortos para serem consumidos em North Sulawesi. Os ativistas da campanha Dog Meat-Free Indonesia frisam que podem existir até 200 “mercados de animais vivos” na província.
As investigações do Animal Friends Manado Indonesiaestima que 90% dos animais foram sequestrados de familiares ou nas ruas.
Cerca de 80% deles são importados de outras províncias na Indonésia, o que é ilegal de acordo com a lei anti-raiva do país que proíbe a presença de cães nas fronteiras provinciais.
Lola Webber, coordenadora de campanha da Dog Meat-Free Indonesia e fundadora da Change For Animals Foundation, declarou: “Os animais que vimos nos mercados estavam apavorados e muitas vezes doentes e feridos após sobreviverem a viagens terríveis para o mercado e à manipulação bruta de comerciantes. Era como andar pelo inferno. Eles se amontoaram em gaiolas, tremendo de medo quando viram outros serem mortos ao seu redor, esperando sua vez. A visão do terror absoluto em seus olhos, o golpe, seus gritos de dor e o cheiro de pelos e carne queimando foram chocantes e inesquecíveis”.
Além de cães e gatos vivos, os investigadores do DMFI testemunharam a venda rotineira de animais selvagens mortos, incluindo espécies de morcegos, cobras e outros répteis.
Apenas em torno de 7% da população da Indonésia – as minorias não muçulmanas do país – comem cães, mas um milhão ainda é morto para consumo todos os anos.
Em algumas localidades, a carne de cachorro é considerada um tipo de alimento tradicional e seu consumo é ocorre constantemente em festividades ou celebrações familiares, como casamentos e batizados.
Como em inúmeros outros locais asiáticos, a carne de cachorro também é consumida porque acredita-se erroneamente que ajuda a curar condições de saúde como problemas de pele, dengue e asma, melhora o sistema imunológico e a resistência masculina.
Embora apenas uma minoria de indonésios consuma carne de cachorro, um aumento da popularidade da carne tem ocorrido e as autoridades temem a propagação da raiva.
Em 2007, uma pesquisa feita em mercados no norte de Sulawesi registrou que entre 7,8% e 10,6% dos cães vendidos para consumo humano estavam com raiva. Sulawesi do Norte possui alguns dos maiores números de mortes humanas causadas por raiva na Indonésia, sendo que a maioria ocorre em Minahasa, onde há diversos mercados de animais vivos, incluindo o mercado de Langowan.
Kelly O’Meara da Humane Society International disse: “Esses mercados são as exibições abertas da crueldade contra animais mais malignas que já vi, mas também representam um sério risco para a saúde pública, violando rotineiramente as regras de combate à raiva da Indonésia. O chão está repleto de sangue, pedaços de carne e matéria cerebral esmagada. A terra tem larvas, aumentando ainda mais o risco de disseminar outras doenças. Se a Indonésia possui alguma esperança de atingir seu objetivo de eliminar a raiva até 2020, precisa adotar medidas urgentes para fechar esses mercados macabros”.
Nunca foi provado que os humanos podem contrair raiva por meio da carne de um animal contaminado, revela o Daily Mail. Porém, as condições insalubres dos matadouros e as mortes dos cães potencialmente infectados têm preocupado as autoridades.