Por Bruna Araújo (da Redação)
Um camelo foi visto sendo levado pelas ruas de Lahore, no Paquistão, amarrado à uma corda presa a um carro. O que poderia ser um flagrante de maus-tratos esconde uma verdade muito mais cruel. O animal será brutalmente assassinado durante as comemorações da tradição muçulmana conhecida como Eid al Adha ou Festa do Sacrifício que marca o fim do Hajj, peregrinação anual à Meca.
O feriado religioso terá inicio no pôr-do-sol de amanhã (15) e se estenderá por quatro dias.
Segundo a tradição islâmica, o objetivo do festival, que promove uma grande matança de animais, é celebrar a intenção de Abraão em sacrificar seu filho Ismael por ordem de Alá. Os animais são mortos porque na hora do sacrifício o menino foi substituído por um carneiro. As ruas das principais cidades muçulmanas do mundo amanhecem nos dias do festival cobertas de sangue dos inocentes animais mortos para cumprir uma tradição.
Nessa época do ano, aproximadamente 1,5 bilhão de muçulmanos, de todo o mundo, matam ovelhas, cabras, vacas e camelos durante os dias do festival. Além da covardia e crueldade em matar os animais, os participantes tem o hábito de pintá-los para que sejam identificados. O festival é comemorado anualmente dois meses e dez dias depois do fim do Ramadã e dura quatro dias.
Os muçulmanos, que vivem em países onde a legislação estabelece que os animais devam ser respeitados, ficam impossibilitados de realizar o festival da forma tradicional. A grande maioria opta por realizar doações em dinheiro para organizações, ditas de caridade, que realizam os sacrifícios em nome do doador.