Iniciativas como a Brigada Alto Pantanal (BAP), apoiada pelo projeto GEF Terrestre, estão lutando para minimizar a morte de animais no Pantanal. Brigadistas abriram rotas de fuga até cursos d’água, possibilitando que animais maiores, como capivaras e antas, escapassem das chamas. Mas essa medida não tem sido suficiente para salvar os mais frágeis. Filhotes e espécies menores raramente conseguem escapar a tempo. A mortalidade no Pantanal é apenas um reflexo de uma situação que se repete em outros biomas brasileiros.
A Amazônia e o Cerrado, dois dos principais ecossistemas do país, também sofrem com a alta incidência de queimadas. Em 2024, o Brasil já registrou um dos piores índices de incêndios florestais da última década. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o aumento das queimadas está diretamente relacionado à seca extrema, à expansão descontrolada do agronegócio e à falta de fiscalização adequada.
As consequências ambientais e econômicas são graves. Além da perda da biodiversidade, as queimadas têm contribuído significativamente para o aumento das emissões de CO2, acelerando o aquecimento global. O Pantanal, que desempenha um papel importante na regulação climática e no ciclo hidrológico, está cada vez mais vulnerável. A falta de controle das queimadas compromete também as atividades econômicas locais, como o ecoturismo e a pecuária, que dependem diretamente da saúde do bioma. Pesquisadores e ambientalistas alertam que, sem ações rápidas e coordenadas, a tendência é de que esses eventos se tornem cada vez mais frequentes e intensos.
A criação de políticas públicas mais rigorosas, o fortalecimento da fiscalização ambiental e a promoção de práticas sustentáveis são passos essenciais para combater o problema. Enquanto isso, iniciativas como a da BAP são fundamentais para preservar ao menos parte da fauna. Mas sem uma ação conjunta e mais estruturada, o Brasil pode continuar perdendo sua biodiversidade.
Fonte: Jovem Pan