(da Redação)
Os exemplos de crueldade chocante a que são submetidos os animais nas fazendas onde são criados para consumo humano são inúmeros, e já foram tão citados que torna-se difícil imaginar que haja algum do qual ainda não se tenha ouvido falar. Sempre surgem novos exemplos, e um deles ocorreu recentemente em Guelph (Ontário, Canadá), onde milhares de porcos morreram após terem caído em seus próprios resíduos. As informações são da Care2.
Por razões desconhecidas, no dia 6 de maio deste ano, o piso de um celeiro onde havia 2.500 porcos desabou por volta das 21:00. No entanto, não se tratava de um piso qualquer. Relatórios informaram que a estrutura consistia em uma plataforma suspensa a 2,5 metros de altura, que segurava os porcos acima do “tanque de esterco” dos mesmos.
Quando o piso cedeu, todos os animais foram arremessados para baixo, caindo uns sobre os outros. A queda causou a morte imediata de muitos, segundo a reportagem, mas centenas de outros porcos ficaram presos no tanque ainda vivos, em meio às fezes líquidas, debatendo-se, subindo uns nos outros, cobertos de dejetos, lutando por suas vidas e assustados ao extremo.
– As vacas enviadas para o matadouro nem sempre morrem após receber o tiro de uma pistola. Isso quer dizer que elas sobrevivem ao que vem depois – elas são penduradas por apenas uma das pernas, têm suas gargantas cortadas, sua pele cortada e suas vísceras retiradas. Se isso parece difícil de acreditar, o The Washington Post escreveu um artigo sobre o assunto chamado “They die piece by piece” (“Eles morrem pedaço por pedaço”).
“Eu vi milhares e milhares de vacas passarem vivas pelo processo de abate”, disse em uma declaração o veterano Fuentes, trabalhador que acidentou-se durante o trabalho com os bovinos. “As vacas podem ficar penduradas por sete minutos e ainda estar vivas. Eu estive no lado extrator quando elas ainda estavam vivas. Lá, todo o couro é retirado do pescoço para baixo”, conforme um trecho do artigo.
– Galinhas e perus criados para consumo humano são reproduzidos e alimentados para um crescimento rápido e anormal. As galinhas, por exemplo, são 300 por cento maiores hoje do que eram em 1960. Elas crescem tanto e tão rápido que suas frágeis pernas muitas vezes não conseguem suportá-las, e sofrem fraturas. Elas estão amontoadas em gaiolas ou locais apertados, geralmente sem poder ver o sol ou ficar ao ar livre por todas as suas breves vidas. Cada galinha tem para si apenas o espaço do tamanho de um iPad ou de um pedaço de papel, dentro de uma gaiola cheia de outras galinhas.
Há infindáveis práticas desumanas na criação de animais para o consumo humano, e esses são apenas alguns exemplos, sem contar os impactos ambientais, como a necessidade de 15 mil litros de água para produzir um quilo de carne , e os fatores econômicos, como o fato de metade dos grãos do mundo serem destinados a alimentar o “gado” ao invés de serem usados para saciar a fome das pessoas.
A reportagem finaliza alertando que, se não despertamos para o fato da indústria da carne e derivados ser tanto cruel quanto imponderada em todos os sentidos, teremos um problema monumental em nossas mãos, ou melhor, de fato, nós já temos.