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Mil cães contaminados com leishmaniose são sacrificados em MT

17 de agosto de 2011
3 min. de leitura
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Em um ano e meio, três animais foram sacrificados em Rondonópolis. (Foto: Reprodução/TVCA)

Cerca de mil cães foram sacrificados somente neste ano em Rondonópolis, a 213 km de Cuiabá, por estarem contaminados com diversas doenças, principalmente, pela leishmaniose. O medo de ter um animal em casa com a doença está fazendo com que pessoas abandonem os cachorros ou levem ao Centro de Controle de Zoonoses para que sejam submetidos à eutanásia.

De acordo com o gerente da Vigilância Sanitária, Edgar da Silva Prates, a instituição recebeu até o momento 1.690 animais por meio do serviço de busca de animal (475), conhecida como carrocinha, e também pelos tutores que foram até o Centro de Controle de Zoonoses para deixar os animais (1.215). Desse número, mil já foram sacrificados, o que corresponde a mais de quatro sacrifícios por dia, apenas neste ano.

No entanto, segundo ele, o número é ainda maior em relação aos últimos 18 meses quando os registros apontam para três mil animais submetidos a eutanásia, em sua maioria, com leishmaniose.

“O fluxo é muito grande para o nosso nível de atendimento. É um dado muito preocupante”, observou o gerente da Vigilância Sanitária do município. Ele destaca também que a cidade passa por um momento de dificuldades com o alto risco da doença, o que tem assustado a população.

Outro fator levantado pelo gerente é que muitos tutores não estão tendo os cuidados devidos com o animal, como de levar ao veterinário. “Os animais chegam ao Controle de Zoonoses já em estado de bastante sofrimento e situações críticas de saúde. Devido ao grande volume de entrega desses animais não há outra saida no momento a não ser os procedimentos de eutanásia”, pontuou.

Para Edgar Prates, a falta de cuidado pode ser caracterizada como maus tratos por parte dos donos. Isso porque, alguns animais não foram vacinados, outros apresentaram doenças tratáveis e ainda há casos, de acordo com ele, em que os cães estão com câncer. O gerente garante que os donos precisam ter mais consciência do que realmente é ter um cuidado especial com os animais. Ele declarou também que todas essas ações seguem protocolos do Ministério da Saúde, o qual preconiza eutanásia para os cães em que for comprovada a infecção pela doença.

Diante da situação, a Vigilância Sanitária pretende promover uma reunião para discutir o assunto juntamente com o Juizado de Volante Ambiental, Promotoria de Justiça e Organizações ambientais com o objetivo de criar um protocolo de vigilância e zoonoses. “Isso ajudaria muito a resolver essas questões e mostrar em quais casos estariam ocorrendo maus-tratos pelos tutores”, reforçou.

Segundo ele, a Prefeitura Municipal tem realizado projetos de combates e prevenção, porém, necessita de que os donos dos animais também se conscientizem dos cuidados necessários.

Leishmaniose em cães

Conforme a Coordenadoria de Vigilância Ambiental da Saúde do estado, o principal reservatório da doença (animal que alberga o protozoário em sua corrente sanguínea após ser picado pelo inseto), na área urbana, é o cão. Em regiões onde há suspeita da ocorrência da leishmaniose é realizado levantamento entomológico (para detectar a presença do vetor), inquérito sorológico canino e o controle dos reservatórios (no caso da leishmaniose visceral).

Os principais sinais do cão com leishmaniose são: lesões cutâneas nas orelhas, na cauda e no focinho, emagrecimento, crescimento incomum das unhas, conjuntivite, apatia e diarréia. No aparecimento desses sinais deve-se acionar os Centro de Controle de Zoonoses ou na Secretaria de Saúde do município.

Fonte: G1

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