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CENSO AÉREO

Migração de baleias jubarte registra recorde: 25 mil estiveram este ano no litoral brasileiro

Conclusão é do censo aéreo feito pelo Projeto Baleia Jubarte, uma ONG que trabalha para a preservação da espécie.

27 de dezembro de 2022
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Foto: Ilustração | Freepik

Um projeto que acompanha do céu a migração de baleias-jubarte registrou este ano um recorde: 25 mil baleias estiveram no litoral brasileiro.

Todo ano, elas fazem uma longa e difícil viagem da Antártica até o Brasil para a temporada de reprodução. De julho a novembro, as baleias-jubarte se tornam a maior atração do litoral brasileiro, e elas nunca foram tantas por aqui como neste ano. É a conclusão do censo aéreo feito pelo Projeto Baleia Jubarte, uma ONG que trabalha para a preservação da espécie.

A equipe percorreu uma faixa que vai da divisa do Rio Grande do Norte com o Ceará até o litoral norte de São Paulo. Pela estimativa do projeto, 25 mil baleias estiveram na costa brasileira. É o maior número já registrado desde que a contagem começou a ser realizada, há 21 anos.

“É utilizada uma metodologia, que é padrão no mundo inteiro, que nos permite fazer uma estatística do tamanho da população, utilizando número de avistagens observadas e usando uma série de cálculos, considerando, inclusive, os animais que estavam submersos e não foram, portanto, avistados durante o momento em que o avião passou”, explica a bióloga Márcia Engel, do Projeto Baleia Jubarte.

O primeiro censo aéreo, em 2001, não registrou nem 1,5 mil baleias. No levantamento de 2019, que era o mais recente, passavam de 16 mil.

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Além do trabalho de preservação feito pelos ambientalistas, outro fator foi decisivo para o crescimento dessa população: há 35 anos, a caça a todas as espécies de baleias foi proibida no Brasil. A jubarte, que é a baleia mais encontrada nas nossas águas, pôde finalmente se reproduzir em paz. Em 2014, ela saiu da lista dos animais da fauna brasileira ameaçados de extinção.

As jubartes voltaram a ser vistas em áreas de onde haviam desaparecido, como a Baía de Todos-os-Santos, em Salvador, mas, junto com a população, aumentou o número de encalhes. Já foram 108 nesta temporada, cinco vezes mais do que 20 anos atrás.

Para evitar que elas sejam atingidas por embarcações, uma das principais causas dos encalhes, o Projeto Baleia Jubarte já conseguiu mudar rotas de navios no litoral paulista e no Banco de Abrolhos, na Bahia, o lugar de maior concentração desses mamíferos no Brasil. É o começo de um trabalho que precisa agora avançar para outras regiões portuárias.

“Antigamente, a gente trabalhava para recuperar a população, e atualmente a gente está trabalhando para manter essa população o mais saudável possível, para não ter um retrocesso na população das baleias”, diz diretor do Projeto Baleia Jubarte, Enrico Marcovaldi.

Fonte: G1

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