Miami Seaquarium encerra atividades após mais de 70 anos, mas animais correm risco de serem transferidos para outros aquários
Instituição que manteve a orca Lolita em cativeiro por cinco décadas agora enfrenta críticas pelo plano de realocação, que pode manter golfinhos e outros mamíferos marinhos na mesma rede de exploração.
7 de outubro de 2025
Redação ANDA
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Foto: Marine Connection
Após mais de 70 anos de operação, o Miami Seaquarium, nos Estados Unidos, encerrará suas atividades permanentemente no próximo fim de semana. A decisão, anunciada pela administração ontem (06/10), foi tomada após anos de denúncias cruéis sobre a precária condição de vida dos animais no local.
Entre os casos de maus-tratos no local, o mais famoso é o da orca Lolita que passou mais de 50 anos confinada em um tanque minúsculo no Miami Seaquarium, considerado um dos menores do mundo para uma orca, onde era obrigada a se apresentar em shows para o público. Durante anos, ativistas lutaram por sua libertação, pedindo que fosse transferida para um santuário marinho. Contudo, ela morreu em 2023, antes que pudesse voltar ao oceano, tornando-se um símbolo internacional do sofrimento causado pelo aprisionamento e da urgência em acabar com a exploração de animais marinhos para entretenimento.
No entanto, o fechamento é apenas o primeiro passo. A notícia de que um desenvolvedor planeja manter um aquário no local, ainda que sem mamíferos marinhos, e a possibilidade de os animais serem transferidos para outras instalações da própria Dolphin Company, controladora do Seaquarium, são preocupantes.
“Esses animais merecem viver o restante de suas vidas em um santuário à beira-mar, e não serem transferidos para outras instalações da Dolphin Company, onde receberiam o mesmo nível de cuidado abaixo do ideal”, disse Emily Lively, advogada e líder das ações pelo mamíferos marinhos da PETA.
A transferência para um santuário marinho é a única opção eticamente aceitável, local onde os animais poderiam, pela primeira vez, experimentar um ambiente mais próximo do seu habitat natural, sem a obrigação de performar.
O Seaquarium e a The Dolphin Company, não responderam aos pedidos de comentário sobre o destino das espécies.