Kelly Marciano (da Redação)
Todos os anos milhões de animais são usados em experimentos de pesquisas biomédicas que não apenas causam sofrimento desnecessário a estes animais, como também não fornecem resultados precisos para humanos e podem nos levar a ignorar tratamentos que poderiam funcionar de verdade. As informações são do Care2.
Enquanto alguns podem dizer que tratamentos não teriam sido descobertos sem o uso dos animais em testes, vemos que já ocorreram erros demais. De acordo com a Food and Drug Administration, 92% dos medicamentos que pareciam promissores em animais, falharam em testes clínicos, fazendo assim com que seja injustificável continuarmos usando animais, não apenas na escala ética, mas também na científica. O pior é que, mesmo alguns medicamentos que pareciam promissores em humanos, acabaram causando mais mal do que bem.
Felizmente muitos pesquisadores analisaram os fracassos do uso de animais e focaram seus esforços na busca de alternativas, o que levou a algumas descobertas recentes que podem nos ajudar a evoluirmos para métodos científicos inovadores e desbravadores que não envolvem machucar outras espécies em nossas pesquisas por saúde e curas. Esses métodos incluem:
Impressão 3D
Alan Faulkner-Jones, doutorando em bioengenharia na Heriot Watt University, em Edimburgo, está usando a tecnologia da impressão 3D que pode vir a substituir os animais em testes de medicamentos em cinco anos. Usando uma bio-impressora MakerBot, ele demostrou com sucesso que células estaminais humanas podem ser impressas para a criação de micro tecidos e microrganismos que podem ser usados nos testes de medicamentos – até mesmos personalizados, usando células dos pacientes, de acordo com a Dezeen.
Uso Criativo do Colágeno
Usando uma folha fina de colágeno para cultivar células de córnea humanas, pesquisadores japoneses criaram o equivalente de uma córnea humana, que é tão efetiva quanto o uso de olhos de animais para detectar químicos tóxicos. Teste usando a córnea fabricada chegaram aos mesmos resultados de testes usando animais em 90% das vezes. As outras 10% das vezes, foram ainda mais precisos, relata Piper Hoffman, da Care2. Esta é uma ótima notícia para animais como coelhos que são usados em sádicos testes Draize que envolvem a colocação de diversas substâncias nocivas em seus olhos sensíveis.
Chips de Órgãos
Chips de órgãos que podem mimetizar células vivas e tecidos, criando modelos precisos de estruturas e funções de órgãos humanos, incluindo pulmão, fígado, cérebro, intestino e coração foram uma grande notícia no ano passado e um avanço bem vindo para pacientes que aguardam a cura e aqueles que querem o fim do uso de animais em pesquisas e modelos de doenças humanas.
Enquanto já são usados em algumas áreas, pesquisadores se dedicam a descobrir como combinar múltiplos chips para replicarem todo o corpo humano, além de criarem um programa que possa controlar e analisar diferentes funções. Contatos estão sendo feitos pelos institutos de saúde NIH e DARPA para desenvolverem uma rede de órgãos. Apesar de apenas alguns laboratórios terem feito um sistema com mais de um órgão, de forma básica, o sucesso pode ser alcançado em 2017, de acordo com o New York Times. Enquanto isso, chips são usados de modos inovadores.
Pesquisadores do Instituto de Engenharia para a Biologia Wyss, na Universidade de Harvard, estão estudando o “pulmão em um chip” que pode reproduzir os processos de doenças, como líquido nos pulmões e edema pulmonar, e são usados para testar novos medicamentos. Também receberam fundos para usar chips de órgãos para testar a resposta humana à radiação e confirmar medicamentos criados para tratar os efeitos colaterais.
Pesquisadores na Universidade de Vanderbilt começaram a trabalhar em um “micro cérebro reator”, que deve fornecer novas informações sobre como o cérebro recebe, modifica e é afetado por drogas. Os pesquisadores pretendem então estudar a biologia do derrame e qual o papel do cérebro na obesidade, usando amostras de tecidos de pacientes afetados.
Em colaboração com Instituto de Pesquisas Médicas de Defesa Química do Exército dos EUA, a Wake Forest, Harvard e a Universidade de Michigan, o grupo de pesquisa in vitro do Centro Químico-biológico Edgewood do Exército dos EUA está estudando chips de órgãos usando células-tronco adultas que podem crescer e formar outros órgãos. Eles acreditam que isto permitirá que testem o efeito de armamentos químicos, toxinas e drogas de maneira mais rápida e precisa, e esperam eliminar a exploração de animais em laboratórios.
Pesquisadores do Centro de Tecnologia de Nanociência da Universidade do Centro da Flórida desenvolveram uma junção neuromuscular artificial usando neurônios humanos e fármacos sem testar nem em humanos, nem em animais. De acordo com o Central Florida Future, o trabalho deles pode beneficiar pessoas com a Doença de Lou Gehrig, atrofia do músculo espinhal e danos no cordão espinhal.