O mundo está caminhando para um aumento de 2,6°C na temperatura até o final do século, mostra um novo relatório do Climate Action Tracker (CAT). Até agora, as pouco mais de 110 metas climáticas (NDCs) para 2035 apresentadas pelos países “não estão fazendo diferença”, informa a análise.
Em um cenário mais otimista, caso todas as nações cumpram integralmente as metas de curto e longo prazos, o aquecimento será de 2,2°C até 2100. Ainda muito acima do limite de 1,5°C estabelecido no Acordo de Paris, lembra o Business Green.
Falando no acordo, segundo o documento, o compromisso “funciona”, mas o progresso que vinha ocorrendo até 2020 estagnou nos últimos quatro anos, informa o Valor. Prova disso está em outro relatório divulgado na 5ª feira (13/11) pela Global Carbon Project (GCP), projetando emissões recordes dos combustíveis fósseis 2025 (leia aqui).
“Cada nova usina a carvão, cada contrato de gás, cada barril exportado significam bilhões em prejuízos para as populações que já sofrem com secas, enchentes e ondas de calor”, disse Sofia Gonzales-Zuñiga, autora principal do estudo e pesquisadora da organização Climate Analytics.
O CAT atribui parte da piora das projeções à saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris. A decisão anula a meta estadunidense de zerar emissões até 2050 adotada no governo de Joe Biden. Mesmo com o avanço de países como Turquia, Coreia do Sul e México, que apresentaram suas NDCs esta semana, a maioria traz pouca aceleração nos planos de descarbonização, segundo a Veja.
“Um aquecimento de 2,6°C literalmente cozinhará o planeta. Isso tem implicações muito sérias para esta COP”, afirmou Bill Hare, diretor executivo da Climate Analytics, organização que compõe o CAT. Ele classificou o fechamento desta lacuna como “a principal questão política” da COP30.
O Guardian destaca a fala do ex-vice-presidente dos EUA, Al Gore, aos delegados na COP30. “É literalmente insano que estejamos permitindo que o aquecimento global continue. Precisamos nos adaptar e mitigar, mas também precisamos ser realistas e reconhecer que, se permitirmos que essa insanidade continue, usando o céu como um esgoto a céu aberto, algumas coisas serão muito difíceis de se adaptar.”
Fonte: ClimaInfo