Em todo o país, a gigante das redes sociais Meta está enfrentando críticas generalizadas por permitir — e até recompensar — conteúdos perturbadores de abuso animal em sua plataforma, o Facebook. Vídeos mostrando abusos extremos contra macacos-dos-macacos permanecem online por semanas, apesar das violações claras das próprias políticas de conteúdo da Meta.
A Social Media Animal Cruelty Coalition (SMACC), uma rede com mais de 30 organizações de proteção animal, incluindo a World Animal Protection, relatou que duas páginas no Facebook têm publicado vídeos violentos de abuso contra macacos em uma frequência alarmante. Em um dos vídeos, intitulado “Bebê Aprende a Nadar”, um filhote de macaco é forçadamente submerso na água, claramente lutando para respirar. Outros vídeos mostram macacos sendo esbofeteados, estrangulados e maltratados, frequentemente com reações positivas dos espectadores e comentários perturbadores incentivando o abuso.
Apesar de esses vídeos terem sido denunciados pelos canais do próprio Facebook, a SMACC afirma que a plataforma falhou em agir. Em um dos casos, o Facebook revisou e se recusou a remover um vídeo que mostrava um filhote de macaco quase se afogando.
Ainda mais alarmante, a Meta concedeu a um dos perfis abusivos um Selo de Criador, uma recompensa normalmente reservada a conteúdos que atendem aos padrões do Facebook de qualidade, originalidade e integridade. Esse selo exige postagens semanais em vídeo para permanecer ativo, o que, na prática, incentiva mais conteúdo abusivo visando lucro e engajamento.
“Os vídeos são repugnantes. É profundamente perturbador que pessoas estejam criando e interagindo com conteúdos que claramente retratam abuso e crueldade contra animais”, disse Tricia Croasdell, CEO da World Animal Protection. “A Meta e todas as plataformas de redes sociais devem assumir a responsabilidade encerrando as contas desses criadores e enviando uma mensagem clara de que a crueldade contra os animais não será tolerada.”
Este não é um caso isolado. O Facebook já foi anteriormente identificado como uma das principais plataformas para conteúdo de tortura de macacos. Em 2023, o relatório da SMACC “A crueldade que você não vê” apontou o Facebook como o pior infrator na disseminação de vídeos de abuso contra macacos, sendo a tortura física deliberada o tema mais comum.
Em 2024, uma investigação da BBC Three revelou uma rede global de abusadores de macacos utilizando plataformas como Facebook e Telegram para coordenar abusos e movimentar dinheiro. Alguns criminosos, como Peter Stanley, no Reino Unido, já enfrentaram processos criminais.
Apesar da proibição escrita da Meta contra crueldade animal, sua aplicação tem sido inconsistente e ineficaz. Grupos de defesa estão exigindo uma reforma urgente nos sistemas de moderação de conteúdo da Meta e uma postura clara e de tolerância zero contra o abuso animal.
Se você vir um vídeo mostrando crueldade contra animais no Facebook, tome uma atitude — mas com sabedoria. Denuncie o vídeo pelas ferramentas do Facebook, tire capturas de tela e notifique grupos de proteção animal ou autoridades locais. Não curta, comente ou compartilhe o conteúdo, pois isso só aumenta sua visibilidade e dá ao abusador exatamente o que ele quer: mais atenção. Em vez disso, ajude a derrubá-lo denunciando de forma silenciosa e pressionando a Meta a assumir de fato a responsabilidade por conteúdos nocivos.
Traduzido de World Animal News.