Animais de rua capturados pelo Centro de Controle de Zoonoses de Uberaba (MG), deram positivo para a leishmaniose. A informação é da diretora de Vigilância em Saúde, Geane Andrade. Segundo ela, a captura se deu porque os cães apresentavam sinais da doença e aqueles em que houve confirmação através de exame, sofreram eutanásia, conforme recomenda o Ministério da Saúde. A especialista ainda acrescenta que é provável que esses cachorros que viviam nas ruas tenham vindo de municípios da região, onde há registro da transmissão desta enfermidade.
Ainda de acordo com a diretora da Secretaria Municipal de Saúde, em Uberaba não foi detectada a presença do mosquito transmissor da leishmaniose, controle que é feito através de levantamento entomológico. O procedimento se dá por meio da instalação de armadilhas em pontos estratégicos da cidade para verificar a presença do vetor. A última pesquisa foi feita em junho através da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES/MG). Geane completa citando que o município não tem casos de transmissão autóctone (ocorrida em seu território) de leishmaniose viceral humana ou canina.
A diretora, contudo, assegura que a SMS está atenta às medidas de prevenção à doença, pois alguns pacientes oriundos de municípios em situação de surto vêm para Uberaba se tratar no Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM).
Um caso recentemente atendido pelo CCZ, referente a um animal cujos tutores residem na rua dos Andradas, também deu positivo para leishmaniose. A tutora da cadela, Fabiana Santa Rosa – que veio para Uberaba há três anos –, havia acionado o Jornal da Manhã, denunciando o que chamou de descaso do CCZ. Ela conta que tratou do animal por quatro meses, mas foi preciso sacrificá-lo por causa da doença – no entanto, sem ter recebido qualquer retorno após ter ligado dois dias seguidos para o CCZ.
A chefe da seção de Controle de Animais de Pequeno Porte, Andreza Machado Borges, declara que o CCZ tomou conhecimento deste caso por meio da ouvidoria da SMS. Ela confirma que o exame deu positivo para a doença e que o resultado foi enviado ao departamento e será feita a notificação. O veterinário do CCZ, Marcos Abel, avalia que diante das informações passadas pela tutora do animal, possivelmente trata-se de caso importado porque a família veio de Fernandópolis (SP), área endêmica para leishmaniose.
Tratamento da doença
Para realizar a eutanásia em milhares de cães, o governo utiliza argumentos sem estudos comprobatórios, dizendo que um cão infectado por leishmaniose é um perigo para a sociedade. Vamos aos fatos reais:
• O Brasil é o único país do mundo que indica ou preconiza a eutanásia, pois em outros lugares do mundo onde existe a incidência de leishmaniose as pessoas podem, ou não, eutanasiar seus animais;
• O tratamento da leishmaniose existe tanto para pessoas como para animais, entretanto, é mais fácil exterminar um animal do que tratá-lo, isso segundo a concepção dominante, que acredita que a única espécie importante é a raça humana;
• A Organização Mundial da Saúde, apesar de apoiar a insanidade cometida pelo Brasil, também recomenda tratamento para alguns casos e também já se manifestou publicamente que o sacrifício de animais doentes não é a melhor saída para o controle de zoonoses – como é o caso da Raiva, na Indonésia -; então possui um posicionamento totalmente contraditório;
• Existem estudos já comprovados que mostram que um animal infectado em tratamento pode se tornar não transmissor da doença para o inseto (cura epidemiológica).
O tutor não é obrigado, de forma alguma, a entregar seu animal aos fiscais da saúde pública. Seu cão é sua responsabilidade. Nem mesmo um delegado de polícia pode ir a sua casa e exigir que você entregue seu animal. Para sua informação, um delegado ou um policial só podem entrar na sua casa com um mandado judicial ou com sua autorização. Se alguém (delegado ou fiscal da Saúde) te constranger, não deixe de anotar o nome da pessoa para formular uma ocorrência policial por abuso de autoridade e/ou constrangimento ilegal.
Para saber tudo sobre a leishmaniose canina, acesse aqui.
Com informações do Jornal da Manhã
Nota da Redação: Muitos resultados desse exame dão falso positivo, é necessário que seja feita a contraprova, senão pode virar extermínio.