A Universidade Federal do Piauí enviou nota à imprensa nesta quarta-feira (30) em resposta às denúncias de maus-tratos a animais no Hospital Veterinário da instituição e que estão sendo apuradas pelo Ministério Público Federal e Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Piauí (OAB). A UFPI nega a prática e diz que todas as aulas práticas e roteiros do curso de medicina veterinária são submetidos ao Comitê de Ética em Experimentação Animal e Conselho Nacional de Experimentação Animal (Concea).
O fato chegou ao MPF depois que a OAB recebeu um envelope com relatos de atos de violência. A ONG Projeto Esperança Animal (PEA) fez a mesma denúncia com material gráfico e criou uma petição online pedindo a apuração e punição dos responsáveis pelos possíveis maus-tratos. Fotos e vídeos das aulas foram divulgados em redes sociais e no You Tube.
Na nota enviada à imprensa, a UFPI esclarece que “as fotos divulgadas em redes sociais são de uma aula prática de Fisiologia Animal, disciplina sobre os fundamentos do funcionamento do organismo, base para todos os ramos da medicina veterinária”.
Conforme a instituição, a aula foi realizada no Laboratório de Ciências Fisiológicas, no dia 15 de maio de 2014. Ainda segundo a UFPI, o vídeo não condiz com a realidade da prática realizada na aula citada, contendo imagens de procedimentos, como a traqueostomia, que não são realizados pela disciplina, e as características físicas dos animais não correspondem aos utilizados na prática em questão.
A denúncia anônima que chegou à OAB ainda dá conta que os medicamentos usados durante os procedimentos estariam vencidos, mas a UFPI nega e diz que o material usado é indicado pela literatura e estava todo dentro do prazo de validade.
Segundo a coordenadora do Comitê de Ética em Experimentação Animal da UFPI, Profª Drª Ivete Lopes de Mendonça os professores que utilizam animais vivos ou mortos em aulas práticas, submetem seus roteiros ao citado comitê, no formulário nacional do Conselho Nacional de Experimentação Animal (CONCEA) para apreciação.
A Administração Superior da UFPI disse que o fato em análise não guarda nenhuma relação com os serviços realizados no Hospital Veterinário Universitário (HVU).
O Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV-PI) também foi acionado pela OAB e formou uma comissão para fazer uma vistoria dentro do Hospital Veterinário da UFPI. Segundo ele, os médicos veterinários que fizeram a fiscalização não encontraram atos de maus-tratos contra os animais, mas constataram que a unidade está funcionando acima da capacidade.
Na mesma nota a UFPI disse que os equipamentos disponíveis no laboratório atendem de forma satisfatória às práticas, de acordo com os protocolos desenvolvidos. “A prática é conduzida tendo-se o máximo de cuidado no processo de contenção e com a aplicação de todas as manobras invasivas com o animal,conforme protocolo especifico, orientada por um professor ou monitor”. A universidade também esclareceu que não dispõe de criatório de cães e os animais são “cedidos” pelo Centro de Zoonoses de Teresina.
Fonte: G1
Nota da Redação: Animais explorados e torturados em universidades e laboratórios, privados ou públicos, não são protegidos por nenhum Conselho, uma vez que esses órgãos visam apenas proteger a integridade das instituições, não existindo nenhuma preocupação com o bem estar do animal, que se realmente tivesse seus direitos reconhecidos, estariam livres de tais práticas e seriam substituídos por métodos alternativos, que são uma tendência, não apenas nacional, mas também mundial. Os alunos, que supostamente se esforçam para ingressar em universidades de qualidade para futuramente prestar seus serviços à sociedade, riram diante de uma animal agonizando. Surpreende também, o CCZ de Teresina “ceder” animais como objetos para práticas de tortura. Os fatos demonstram que animais retirados das ruas após uma vida de maus-tratos e abandono, são recolhidos por Centros onde convivem com a superpopulação e por fim, são assassinados.