Por Lobo Pasolini (da Redação em Londres)
Depois de anos de campanha e esforços coordenados entre várias ONGs de proteção animal, o Heart of the City Farmer’s Market concordou em parar de vender galinhas vivas. As aves vinham de granjas de ovos, onde depois de serem exploradas em pequenas jaulas durante mais de um ano, terminavam sua via crucis expostas aos elementos em um mercado de onde geralmente saíam em sacolas de papel.
O departamento de saúde pública da cidade recebeu várias reclamações por violações sanitárias enquanto o departamento de zoonose recebeu reclamações por crueldade. Apesar disso o promotor público durante muito tempo se recusou a tomar qualquer atitude.
Em janeiro, a ONG LGBT Compassion, uma ONG de direitos animais composta por gays e lésbicas, entrou com um processo contra o mercado depois que um empregado Raymond Young’s Poultry, que vendia galinhas no mercado, agrediu o ativista Alex Felsinger com um soco no rosto, além de roubar sua câmera.
Segundo a IDA, uma outra ONG envolvida nesta campanha, a proibição vai poupar 100 mil galinhas e outras aves da experiência aterrorizante de estar em jaulas super lotadas, transportadas em condições meteorológicas extremas, jogadas de cabeça para baixo em uma sacola de papel e mortas nos fundos de quintais e cozinhas em São Francisco.
Como alguns dos vendedores de animais são chineses, eles tentaram apelar para o velho e cansado argumento que se tratava de uma campanha racista. Compaixão pelos direitos dos animais não é uma questão de raça. Qualquer que seja a tradição e hábitos de um determinado grupo racial ou étnico, é necessário que haja um entendimento que esse grupo não tem o direito de causar mal ou estresse em outros seres vivos. Esse fato é muito mais forte do que raça ou tradição.