Veganismo é um estilo de vida e podemos listar muitos motivos, além da saúde, para se adotar esse estilo. Segundo o site Seja Vegano, setenta bilhões de animais são mortos por ano no mundo para fins de consumo humano. Só no Brasil são 193 animais mortos por segundo. E mais: quase 15% dos poluentes lançados na atmosfera todos os anos estão relacionados aos nossos hábitos alimentares.

Mas ser vegano não significa apenas não consumir carne, e sim abster-se do uso de qualquer produto (alimento ou vestuário) que promova exploração animal. É aí que entra o mercado de calçados veganos que, diante da demanda por produtos mais sustentáveis e éticos, têm se beneficiado.

Segundo relatório da Future Market Insights (FMI), esse mercado terá uma taxa de crescimento anual composta de 7,2% até 2030. O relatório informa que “A preferência do consumidor por produtos ecológicos é o principal impulsionador das vendas de calçados veganos”.

A FMI acrescenta que até empresas tradicionais e que não surgiram com a proposta de oferecer produtos veganos percebem a importância de disponibilizar tais produtos. Em uma busca rápida pela internet podemos encontrar marcas como Adidas, Reebok e Converse (All Star) com seus modelos veganos. Afinal, com a tendência de aumento da demanda quem não quer ficar para trás precisa se adaptar.

O anúncio de “produto vegano” não vem sozinho. As marcas ressaltam que o produto é sustentável e por vezes explicam que é feito, em grande porcentagem, de material plástico reciclado, como anuncia a Grendene (empresa calçadista brasileira dona de várias marcas, como Melissa, Rider e Ipanema).

A sustentabilidade tornou-se uma necessidade em relação ao mercado de consumo, e isso estimula mais fabricantes a utilizarem materiais à base de vegetais e usar o fato como vantagem competitiva.

As novas gerações e o aumento na demanda por produtos sustentáveis

O relatório da FMI acrescenta que “Os millennials criaram a demografia mais lucrativa para o aumento das vendas de calçados veganos.”

Millennials (geração dos nascidos entre 1980 e 1994) encontram-se no topo da pirâmide econômica do mundo, são 1,8 bilhão de pessoas. Já a Geração Z (nascidos entre 1995 e 2010), mesmo não tendo ascendido em massa ao mercado de trabalho, já dita tendência: eles influenciam em 93% das compras domésticas. São dados de pesquisa da agência En Garde, realizada em países da Europa, Bric (Brasil, Rússia, Índia e China) e Estados Unidos. Ambas gerações são conhecidas por não se apegarem a marcas e exigirem uma posição mais sustentável das mesmas, aponta o estudo.

A FMI conclui que “O uso crescente de material sustentável, considerando a crescente demanda pela redução da pegada de carbono, deve impulsionar a fabricação de calçados veganos no mundo todo”.