(da Redação)
Com o comprimento de 1,2 a 1,4 metros e pesando aproximadamente 50 kg, o golfinho de Maui é o menor do mundo. É também encontrado na costa oeste da Nova Zelândia, em North Island, e está criticamente ameaçado de extinção. As informações são do Care2.
Uma pesquisa de 2012 patrocinada pelo Departamento de Preservação da Nova Zelândia revelou que havia apenas 55 animais dessa espécie na natureza, com idade a partir de um ano.
O governo da Nova Zelândia propôs uma nova zona de proteção para o golfinho de Maui e estabeleceu novas restrições à pesca, proibindo o uso de redes em uma área de 350 quilômetros quadrados.
Mas os ambientalistas disseram que a zona de proteção abrange apenas uma pequena parte do habitat do golfinho e que, sem uma extensão maior da área protegida, seria aplicada aos golfinhos uma “sentença de morte”.
Os golfinhos de Maui poderão estar extintos dentro de 20 anos. Estima-se que haja apenas cerca de vinte fêmeas vivas com capacidade de reprodução. Os cetáceos preto e branco são uma subespécie do Golfinho-de-Hector, o único cetáceo encontrado nas águas da Nova Zelândia.
Conservacionistas associam o declínio da população desses golfinhos ao uso de redes de nylon a partir dos anos 70. Os golfinhos de Maui vivem em águas de até 100 metros de profundidade e seus números foram severamente afetados devido à pesca com redes.
Elizabeth Slooten, da Universidade de Otago, estudou o golfinho de Maui por 30 anos e deixou muito claro que a zona de proteção proposta pelo governo da Nova Zelândia é insuficiente e deixa vulnerável cerca de 75% do habitat do golfinho.
Asseverando que o governo da Nova Zelândia deve proteger o golfinho de Maui em águas de até 100 metros de profundidade, a Comissão Baleeira Internacional e a Society for Marine Mammology estão apelando para que as redes de pesca sejam totalmente banidas em Maui.
Um grupo de conservação alemão, o NABU Internacional, está planejando montar um desafio legal para a proposta do Supremo Tribunal da Nova Zelândia. O grupo também pediu um boicote de consumo de “frutos do mar” no país e levantou preocupações sobre a pesquisa sísmica pelas empresas petrolíferas e seus efeitos sobre os golfinhos e as baleias.
Segundo Barbara Maas, do NABU’:
“O fracasso da Nova Zelândia em proteger os menores golfinhos do mundo é um duro golpe para a preservação da vida marinha”.
“O país tem ignorado os fatos e os conselhos de comunidade científica do mundo para acomodar os interesses comerciais de sua indústria de pesca”, continuou.
Sem proteção suficiente – ou seja, proteção efetivas -, o golfinho de Maui pode estar destinado a desaparecer para sempre, assim como aconteceu com o “river pig”, uma espécie de golfinho que viveu durante muito tempo no rio Yangtze, na China.
Nota da Redação: Essa espécie de golfinhos praticamente já extinta é mais um exemplo de consequência de uma cadeia de hábitos humanos pautada no consumo de carne – nesse caso, de peixes. Como se não bastasse a pesca levar bilhões de peixes a uma morte horrível pelo mundo, ainda afeta outras espécies que também vivem no mar. Só haverá uma interrupção na morte de animais marinhos quando houver o fim do consumo dos mesmos para alimentação humana.
Vale lembrar que os animais marinhos também são afetados por inúmeros outros fatores além da pesca, mas todos oriundos da mesquinharia humana: poluição, vazamento de óleo e produtos químicos, extração e exploração de petróleo, testes militares, para citar alguns.