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LISTA VERMELHA

Menor espécie de elefantes do mundo corre risco de extinção

Os principais motivos são a perda de habitat, caça por marfim e envenenamento acidental por produtos químicos agrícolas

28 de junho de 2024
Júlia Zanluchi
2 min. de leitura
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Foto: Bernard Dupont | Wikimedia Commons

O menor elefante do mundo está em perigo de extinção, com apenas mil indivíduos na natureza, mas há esperança de que ele possa ser salvo. A entidade de proteção IUCN, que compila a ‘lista vermelha’ de espécies ameaçadas, afirma que o elefante de Bornéu perdeu grande parte de seu habitat devido ao desmatamento.

O pequeno elefante, que é aproximadamente 90 centímetros menor que os elefantes asiáticos, é endêmico da ilha de Bornéu, no sudeste asiático. Ele é conhecido por sua natureza gentil e brincalhona.

Ainda há esperança de que o elefante possa ser salvo por meio de trabalhos de proteção, disse Benoit Goossens, biólogo de vida selvagem da Universidade de Cardiff, no País de Gales, e diretor do Centro Danau Girang Field em Sabah, na parte malaia da ilha.

Ele afirmou que a lista vermelha de extinção pode ajudar a aumentar a conscientização sobre a situação de um animal ameaçado e a obter mais apoio. “A mensagem de esperança é que existem muitas organizações em Sabah, incluindo o governo, que estão trabalhando arduamente para conservar o elefante”, disse Goossens.

Os elefantes de Bornéu vivem na ilha há centenas ou milhares de anos, separados dos elefantes do continente e evoluindo para uma população distinta. Sua principal ameaça é o desmatamento em massa, que destrói seu habitat e os coloca em conflito com os humanos. Estima-se que apenas mil indivíduos ainda permaneçam na natureza, encontrados principalmente em Sabah.

O professor Adrian Lister, do Museu de História Natural de Londres, disse que o elefante é único de muitas maneiras, desde seu rosto infantil até seu pequeno tamanho. “Esperamos que, ao colocar os elefantes de Bornéu na Lista Vermelha, isso impulsione os esforços de proteção ao seu habitat, pois as autoridades agora verão que os olhos do mundo estão voltados para essa espécie,” explicou em entrevista à BBC News.

A indústria do óleo de palma teve um grande crescimento na Malásia e na Indonésia, levando a um vasto desmatamento, perda de vida selvagem e conflitos entre humanos e animais. Os elefantes são forçados a entrar em áreas humanas em busca de alimento, onde podem danificar plantações e enfrentar mortes por retaliação.

Outros perigos incluem a caça por marfim e envenenamento acidental por produtos químicos agrícolas, disse a IUCN.

O elefante asiático é o maior mamífero terrestre do continente, habitando 13 países que abrangem o sul e o sudeste da Ásia. Os elefantes de Bornéu foram avaliados pela primeira vez na Lista Vermelha da IUCN como uma subespécie separada de elefante asiático.

“A perda de habitat, combinada com o conflito entre pessoas e animais selvagens, continua a representar uma ameaça tanto para a vida selvagem quanto para as comunidades que vivem ao lado dela – e isso foi destacado pela avaliação dos elefantes de Bornéu como ameaçados de extinção”, resumiu Mike Hoffmann, chefe de Recuperação da Vida Selvagem da organização ZSL.

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