Há quem diga que são os animais que nos escolhem, e no caso de Boo foi precisamente isso que aconteceu. Em outubro passado, a família de Kai, um menino de quatro anos diagnosticado com autismo, decidiu levá-lo até um abrigo de animais para escolher um melhor amigo.
Kai é não-verbal e, por causa disso, teve sempre problemas em expressar as suas emoções. “Costumava ficar super frustrado muito facilmente”, disse a mãe Erin, de 40 anos, à revista “Newsweek”. “Imagina saber exatamente o que quer dizer ou o que precisa e não conseguir encontrar uma forma de transmitir isso? Ele retraía-se.”
Contudo, naquele dia em outubro, tudo mudou para o menino quando um gatinho decidiu saltar para o colo dele. Os pais, Erin e Mark, souberam de imediato que aquele seria o novo membro da família. E desde então, nunca mais se separaram.
“Simplesmente entendem-se”, compartilhou a mãe. “Seguem-se um ao outro e sabem quando o outro quer ou precisa de alguma coisa. O Boo pode ser um pouco zangado com todos, mas deixa Kai carregá-lo, abraçá-lo, beijá-lo, vesti-lo. Basicamente, adora estar perto dele e receber a sua atenção”, acrescentou.
Kai, por sua vez também mudou por completo. Desde a chegada do gato, o miúdo aprendeu a “ser mais gentil, oferecer abraços e a perceber melhor as emoções daqueles que o rodeiam, sobretudo as de Boo”.
Este mês, Erin partilhou a história da dupla na rede social Reddit e as fotografias rapidamente se tornaram virais. “Em teoria, é apenas uma publicação que mostra um gatinho e um rapazinho giros a serem os melhores amigos”, sublinhou. “Mas depois, com um pouco da história de Kai ser autista incluída no título, acho que a publicação tocou as pessoas de uma forma diferente.”
Estima-se que o autismo atinge cerca de 15% da população mundial de forma direta e cerca de 30% de forma indireta, considerando os familiares dos cuidadores.
Ainda assim, são poucas as terapias especialmente dirigidas às suas necessidades. É precisamente essa lacuna que o projeto português Autismo EPE procura colmatar. A iniciativa criada em 2001 tem como propósito disponibilizar aos jovens e crianças no espectro do autismo terapias assistidas por cavalos. O mesmo acontece com a Smiledog, uma empresa especializada na terapia assistida por cães que já teve vários contatos com pessoas diagnosticada com a condição.
Fonte: Pets in Town