Uma gata que ficou desaparecida por dois dias foi recebida com muito carinho pelo pequeno Carlos Eduardo, de 4 anos. Companheiro inseparável do animal, Cadu fez questão de ser o primeiro a pegá-lo no colo ao revê-lo. A gata foi encontrada presa em um bueiro na cidade de Taquarituba, no interior do estado de São Paulo, após fugir de casa.
Desde o último domingo (1°), a família de Bia estava angustiada com o desaparecimento ocorrido no bairro Santa Virgínia. Para tentar localizar a gata, os tutores iniciaram uma mobilização na região e também recorrem às redes sociais, nas quais fizeram uma publicação informando sobre o sumiço do animal e pedindo ajuda para encontrá-lo.
Carolina Rodrigues, mãe de Cadu, não imaginava, mas a gata estava por perto. No entanto, o retorno do animal ao lar só pôde acontecer graças ao ato compassivo de um morador do bairro que, ao passar perto do bueiro, avistou a gatinha e acionou a Defesa Civil.
Na terça-feira (3), os funcionários públicos os funcionários Leonardo Matheus e Tione Alves estiveram no local e retiraram a tampa do bueiro para salvar a gata. Logo ao lado estava Cadu, esperando ansioso para dar em Bia o primeiro abraço que ela receberia após o resgate.
“Ficamos super felizes com o resgate. A gente estava super triste porque nos acostumamos com ela. Mas a gente estava procurando, indo atrás. Colocamos nas redes sociais e hoje me avisaram que tinham encontrado no bueiro”, contou ao G1 a mãe do menino.
Segundo Carolina, a gatinha foi adotada pela família há cerca de oito meses e desde que desapareceu, Carlos Eduardo estava angustiado e sentindo falta da companheira de quatro patas que, ainda de acordo com a tutora, voltou a ficar “esparramada na cama”, descansando na segurança de seu lar.
Apesar do desaparecimento e do acidente, Bia foi encontrada sem ferimentos e passa bem. No momento, reforçou Carolina, a família está “matando a saudade” da gatinha, que é criada com muito amor. Fotos divulgadas pela mãe de Cadu mostram momentos de Bia ao lado do menino e não deixam dúvidas sobre o afeto entre os dois.
De acordo com a Defesa Civil de Taquarituba, ações de resgate de animais em situações de risco são realizadas com frequência. Moradores que precisarem dos serviços públicos do órgão devem entrar em contato com a corporação.
O perigo das ruas para gatos e cachorros
Os tutores de gatos mortos pelo serial killer Steve Bouquet, na Inglaterra, aprenderam da pior forma sobre a importância de impedir que animais tenham acesso à rua sem a supervisão de um responsável. Depois de lutar para salvar a vida de Cosmo e vê-lo morrer, Lucy Kenward se arrependeu amargamente por ter deixado que o animal saísse para a rua sozinho. Mesmo sem condições financeiras, ela investiu 5 mil euros em uma clínica veterinária para socorrer Cosmo, mas não conseguiu trazê-lo de volta para casa.
“Cosmo fazia parte da família, eu o tive oito anos antes de ele ser morto. Eu sinto um sentimento definitivo de culpa por minha decisão de deixá-lo sair”, lamentou. O sofrimento foi o mesmo para Emma Sullivan, que relatou ao tribunal o doloroso momento em que encontrou o gato Gizmo morto na calçada de sua casa. “Eu estava completamente perturbada. Eu desabava em lágrimas, completamente inconsolável”, disse.
Para Catherine Mattock, era impossível parar de pensar em Alan nos dias que se seguiram ao assassinato do gato. Até hoje, ela não consegue apagar da memória a cena do animal “morto, mas quente em meus braços, coberto de sangue”. Segundo a tutora, Alan tinha uma “natureza brincalhona e inocente”. Catherine disse ainda que, ao ver o gato correndo em direção à calçada, pensou que ele”ia ter um derrame”, mas quando se aproximou percebeu que o animal tinha sido esfaqueado.
Crimes como os cometidos pelo serial killer britânico vitimam animais em todo o mundo, inclusive no Brasil, onde assassinatos de gatos envenenados são comuns. As ruas são perigosas para os animais, que podem não só ser envenenados, mas também agredidos e atropelados, além de correrem o risco de adquirir doenças ou sofrer ferimentos em brigas com outros animais.
Por conta disso, é necessário que o tutor impeça o acesso de cães e gatos à rua e isso pode ser feito por meio de telas de proteção. Em apartamentos, devem sempre ser utilizadas por famílias que tutelem cachorros ou gatos. Nas residências, deve ser estudada a necessidade do uso das telas no caso de casas onde vivem apenas cães – se o muro for alto e o portão for fechado, provavelmente não será preciso telar o imóvel. No entanto, em propriedades onde vivem gatos é sempre necessário recorrer às telas – seja nas janelas, mantendo o gato dentro de casa, ou no quintal.
Atualmente, há diversas empresas especializadas em telas de proteção. Para aqueles que precisam investir menos dinheiro, é possível comprar a tela e ganchos em lojas de material para construção e fazer a aplicação por conta própria. Com essa proteção, as famílias impedem que os animais sejam expostos ao risco de parar nas ruas e não sofrem com a angústia de ter que torcer para que seus gatos tenham finais felizes como o da gatinha Bia, já que eles estarão seguros.
Caso não tivesse sido resgatada a tempo, a gata de Taquarituba poderia ter morrido de fome ou sede por ter ficado presa dentro do bueiro ou, em caso de chuva, estaria exposta ao risco de afogamento. Seu destino, no entanto, foi outro graças à bondade da pessoa a encontrou, permitindo que mais momentos felizes, como os das fotos abaixo, possam ser vividos pela família da gatinha.