EnglishEspañolPortuguês

Com medo, tutora de cão morto por PM quer se mudar de cidade na Bahia

16 de junho de 2015
3 min. de leitura
A-
A+

Tutora de cão morto por PM quer se mudar de cidade (Foto: Arquivo pessoal)
Tutora de cão morto por PM quer se mudar de
cidade (Foto: Arquivo pessoal)

A tutora do cachorro morto a tiros por um policial militar afirmou que está com medo de sofrer retaliações por parte do autor do crime e organiza mudança de Teixeira de Freitas, extremo-sul baiano. O ataque foi flagrado por câmeras de segurança. O PM e a dona do animal prestaram depoimento à Polícia Civil.
“Vim a trabalho, mas não quero mais ficar aqui e vou embora para outra cidade. Foi algo sem explicação. A gente [ela e o marido] está pedindo transferência. Meu medo maior é voltar para casa e acontecer alguma coisa comigo, porque ele [o policial] deu os esclarecimentos dele e voltou para casa. Só volto lá [no condomínio] para retirar minhas coisas”, relatou a advogada tributarista Bruna Holtz.
O casal mora na cidade há cerca de um mês, e o crime aconteceu no condomínio no sábado (13). Um dia antes, Holtz recebeu um recado do policial, que se dizia incomodado pela presença dos seus dois cachorros.
“Na sexta, fui passear com eles e minha cadela cheirou o jardim dele. Nesse mesmo dia, encontrei um bilhete na minha porta que dizia: ‘Prezado vizinho, se seu cachorro cavar novamente o meu jardim, não me responsabilizo pelos meus atos’. Quando li fui logo na casa dele saber o que houve, porque a minha cadela só cheirou, não cavou nada. A esposa dele abriu a porta, mas disse que não tinha nada para falar comigo e ele bateu a porta na minha cara. Fiquei indignada”, disse.
O animal assassinado era um buldogue francês. Bruna Holtz tem outro, da raça golden retriever, com o qual também passeava quando ocorreu o crime, no sábado. Naquele mesmo dia, a cadela golden retriever teria feito cocô em outro jardim do condomínio, o que teria motivado o policial a fazer o ataque.
“A cachorrinha começou a cheirar e fez cocô no outro jardim. Ele [policial] estava na varanda dele e ficou me olhando. Eu catei o coco e olhei para ele. Acho que se sentiu afrontado. Então ele veio atrás de mim e fiquei parada”, contou a tutora dos cães.
Segundo a advogada, para não ser atingida pelos tiros, ela precisou pular um muro do condomínio.
“Quando ele se aproximou, disse: ‘Você me conhece da onde?’ E eu respondi: ‘Eu não te conheço e não quero falar com você’. Então ele sacou a arma e começou a atirar. Quando vi que não conseguiria salvar os dois cachorros, agarrei a cadela, joguei ela do outro lado do muro e escalei o muro. Foi o que me salvou também, porque ele veio atrás de mim”, afirmou.
De acordo com Bruna Holtz, a cadela da raça golden retriever ficou ferida com os resíduos da pólvora, como se fosse tiros de raspão, na região do pescoço, mas passa bem. “Ele tinha quatro anos [o cão que morreu], e ela tem dois. Passeava com eles três vezes ao dia. São como nossos filhos. Eles dormiam com a gente, e nosso final de semana era deles. A dor é muito grande”, contou.
Fonte: G1

Você viu?

Ir para o topo