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Medidas de proteção global da vida nos oceanos têm falhado

10 de fevereiro de 2010
3 min. de leitura
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Dada a imensidão de nossos oceanos, poucas pessoas encontram problema para despejar lixo nesses corpos d´água. Mas enormes quantidades de plásticos, que degradam a uma taxa bem baixa, podem ser encontradas a rodo em nossos oceanos. As vidas selvagens consomem pedaços pequenos de plásticos levando muitas delas a morrer, dado que os mesmos estão repletos de venenos.

Consideradas tais condições, a comunidade internacional vem desenvolvendo por quatro décadas massivos esforços burocráticos na busca de liberar os oceanos do lixo. Em 1973, as Nações Unidas patrocinaram um pacto protegendo os oceanos do despejo. Adicionalmente, em seis diferentes ocasiões, provisões (destinadas à “poluição marinha”) têm sido agregadas à chamada Convenção Marpol. Há nove anos, a União Européia publicou diretrizes que proíbem qualquer despejo de resíduo marítimo no oceano enquanto as embarcações estiverem nos portos.

(Foto: AFP)
(Foto: AFP)

Entretanto, de acordo com o documento de estratégia confidencial do governo alemão, obtido pelo SPIEGEL ONLINE, se você somar todos os benefícios de tais medidas, o resultado é zero. O fato é que, conclui o documento confidencial, os esforços internacionais buscando proteger os oceanos falharam em todos os sentidos. Nossos oceanos se transformaram num vasto aterro de lixo.

Até mesmo leis rigorosas não têm feito qualquer coisa para ajudar os oceanos, estabelece o documento. Tome o caso dos mares Norte e Báltico. Embora o despejo nesses mares venha sendo ilegal, desde 1988, o montante de lixo ali encontrado permanece “sem melhoria”. O governo estima, também, que a cada ano 20.000 toneladas de lixo encontram seu caminho só para o Mar do Norte, principalmente de navios e da indústria da pesca. O documento conclui que todos os acordos internacionais relacionados com o assunto têm sido “infrutíferos.”

Comendo plástico até morrer

Os pássaros muitas vezes têm dificuldade em distinguir entre pequenos pedaços de plástico e comida. Segundo um estudo conduzido em 2002, 80 por cento dos pássaros examinados ao longo do Mar do Norte continham partículas de plástico em suas bocas. Da mesma forma, os pesquisadores do Centro de Pesquisa e Tecnologia da Costa Oeste, da cidade de Büsum do nordeste da Alemanha, determinaram recentemente que quase todos (93 por cento) os pássaros mergulhadores do Mar do Norte têm pedaços de plástico em seus estômagos.

Outro estudo encontrou, ainda, uma média de 32 pedaços de plástico nos estômagos de Fulmarus glacialis, equivalentes aos petréis. Com todos esses pedaços em seus estômagos os pássaros sentem-se cheios, desta forma eles consomem menos, adquirem menos nutrientes e, em muitos casos, morrem. Um painel de especialistas disse, à EU, que pássaros migratórios alimentam seus filhotes na Antártica com pedaços de plástico que eles encontram no Oceano Atlântico.

De acordo com o Programa de Meio Ambiente das Nações Unidas, há, em média, 18.000 pedaços visíveis de plástico flutuando em cada quilômetro quadrado do mar. Algumas nódoas de lixo flutuante são até mesmo visíveis em fotos de satélite. Pesquisadores da Fundação de Pesquisa Marinha Algalita pesquisaram 11 sítios randomicamente escolhidos no meio do Oceano Pacífico e descobriram uma massa de plástico seis vezes maior do que a massa de plâncton. Através do tempo o plástico se desintegra em pedaços cada vez menores, mas leva séculos até que ele desapareça completamente.

Com informações da Eco Agência

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