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Veterinários do canil de Piracicaba se defendem de acusações e reclamam da falta de estrutura e segurança

11 de junho de 2010
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Depois de diversas denúncias envolvendo o trabalho do Canil Municipal de Piracicaba (SP) e questionando os cuidados com os animais abrigados no local, os três médicos veterinários se defendem, apontando alguns problemas estruturais que incidem na qualidade de seus trabalhos.

Eliane de Carvalho, também diretora do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), Paulo Roberto Lara D’Ávila e Luiz Gustavo Gouveia Lauriano, afirmam que todo o trabalho é desenvolvido com transparência, embora não seja hábito divulgar os resultados, necessários também para o planejamento das ações e do material que será utilizado.

Os médicos contaram que participam da elaboração das leis referentes a animais na cidade, sugerindo adaptações adequadas para que possam desempenhar seus papéis profissionais.

Após as denúncias, eles afirmam terem se tornado alvo de agressividade e sentirem necessidade de mostrar o que tem sido realizado para o cumprimento das leis. Afirmam também dividirem a responsabilidade com pessoas envolvidas no trabalho de cuidar de animais, mas não participarem da rotina do canil.

Eles apontam que, apesar das reclamações, boa parte da população “lava as mãos” para a questão do abandono de animais. “É muito comum, quando as pessoas não conseguem deixar os animais aqui, saírem pelo portão e abandonarem caixas com filhotes no meio do canavial. Não temos alternativa, vamos lá e buscamos”, exemplificou a médica. “Trazer qualquer animal para cá faz a pessoa sentir que está fazendo uma boa ação, mas não há preocupação com a guarda responsável”.

Segundo Eliane, as denúncias de maus-tratos a animais acolhidos no canil prejudicaram a realização de procedimentos como as castrações. “Por ética, jamais transformaremos o canil em um depósito de animais. A pessoa que vem buscar o cachorro aqui pode fazer a reclamação no ato, mas calúnias graves causam prejuízos e a população mal-informada sobre esse trabalho pensa em terrorismo”.

Os primeiros casos de raiva surgidos na cidade de São Paulo, provavelmente na década de 1950, foram responsáveis por disseminar a ideia da carrocinha que recolhe cães e gatos nas ruas para transformá-los em sabão. Os veterinários do CCZ afirmam que muita coisa mudou ao longo dos anos, mas apesar de tais práticas terem sido extintas, a população ainda as assimila como verdadeiras. “Infelizmente, o poder público não acompanhou a evolução do vínculo das pessoas com os animais para sensibilizá-las sobre o novo tratamento e hoje sofremos com esse preconceito. Não há campanhas para valorização do serviço público com animais”, afirmaram.

Eles convidam a população a conhecer o trabalho desenvolvido, participar e pretendem solicitar à Prefeitura o desenvolvimento de campanhas de conscientização sobre o trabalho que desempenham. “Será importante para atuarmos também com estabilidade emocional, sem pressão, em um ambiente melhor e mais seguro”.

Fonte: Gazeta de Piracicaba

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