Vários estudos evidenciaram que os comportamentos de acasalamento dos peixes são alterados na presença de pequenas quantidades de fármacos na água.
Os medicamentos e outros químicos utilizados em casa como os detergentes afetam a reprodução e desova dos peixes, mesmo quando estão na água em baixas concentrações. Estes resultados foram divulgados no encontro da Sociedade de Toxicologia Ambiental e Química, realizado em Portland.
Estes compostos quando são despejados nas sanitas e ralos dos lavatórios têm como destino final os cursos de água, sendo muito difícil removê-los durante a fase de tratamento das águas residuais.
Melissa Schultz, química do College of Wooster, em Ohio, refere que “é fácil verificar se um peixe sofre alterações anatômicas (…) no entanto, determinar os efeitos no acasalamento requer um trabalho mais meticuloso”.
Um estudo realizado por Dalma Martinovi, toxicologista ambiental da Universidade de St. Thomas, no Minnesota, verificou distúrbios comportamentais no peixe-zebra (Danio rerio), num tanque que continha 50 microgramas por litro de ibuprofeno (anti-inflamatório).
O ibuprofeno nos humanos inibe a produção de prostaglandinas que estão envolvidas no processo inflamatório. Nos peixes estas substâncias atuam como feromonas. Na presença do medicamento a sua produção é inibida o que provoca a alteração do seu comportamento sexual.
Apesar de não existirem alterações anatômicas ou fisiológicas visíveis nos peixes, pode-se verificar mudanças de comportamento uma vez que ocorrem com concentrações mais baixas destes químicos. Estas alterações na reprodução podem afetar a prosperidade dos peixes. É difícil alcançar a magnitude dos impactos desses compostos na vida selvagem.
Fonte: Naturlink